O empresário André Schumann, 38 anos, estava em Porto Alegre e viu pela televisão as primeiras imagens do “dilúvio”, como diz, que marcou o começo da semana no Oeste do Estado. Da capital gaúcha, telefonou para a empresa e pediu que fosse pensado em algo para ajudar os moradores que tivessem suas casas atingidas. Repetia-se, assim, uma iniciativa colocada em prática no ano passado, quando a rede com 85 lojas distribuídas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná foi usada para ajudar famílias que também tiveram prejuízos com as chuvas intensas no Norte do Estado. As perdas da própria empresa estão sendo levantadas com a seguradora, mas em lojas como Coronel Freitas, não há o que recuperar.

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Em outros lugares, como Maravilha em Chapecó, até a tarde de quarta-feira havia cerca de 50 centímetros de barro dentro dos estabelecimentos. O trabalho de limpeza se junta ao movimento solidário: enquanto isso, as lojas estão recebendo doações e os caminhões utilizados para fazer o transporte do que é arrecadado: “Trabalhamos com o varejo, e acreditamos que em horas assim uma mão lava a outra”, diz o empresário.

DC- O que motivou o senhor a desencadear a ação solidária?

Empresário André Shumann? Procuramos desenvolver uma cultura de estar presente nas comunidades onde atuamos. Nossa primeira loja está em Seara e lá apoiamos o projeto social Primeiro Passo, voltado a crianças e esportes. Nossos clientes são do varejo e é justo que estejamos com eles em momentos assim.

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DC- As pessoas estão respondendo?

Schumann- Sim, nossos caminhões estão levando mercadorias e já retornam com doações. Isso em diferentes cidades.

DC – Como é a logística da campanha?

Schumann- Encaminhamos as doações para as unidades das defesa civil de cada município e lá são feitos os encaminhamentos às famílias.

DC- O senhor entende que esse é o papel de um empresariado com responsabilidade social?

Schumann- Sim. Além disso, ações assim são rápidas e diferente dos governos, que demoram um pouco mais.

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O Oeste de Santa Catarina, que vem sendo duramente atingido pela chuva desde o fim de semana, deve ter uma melhora no tempo a partir da tarde e da noite desta quarta, registrando um baixo volume de precipitação durante todo o dia. O Sul, parte da Serra e algumas cidades da Grande Florianópolis – em especial as mais próximas do Sul -, entretanto, seguem em alerta para a possibilidade de novos temporais ainda nesta quarta-feira.

Duas pessoas morrem e 45 cidades são afetadas pelas chuvas

Defesa Civil pede que doações às vítimas comecem na quinta

Previsão para esta quinta-feira

De acordo com Puchalski, a quinta-feira ainda será de céu encoberto com chuva, mas no geral fraca. A instabilidade irá intercalar com períodos de melhoria durante o dia, especialmente no Oeste de SC.

Acumulados no Oeste ultrapassam previsto para julho

Os temporais desta terça-feira deixaram pelo menos 45 cidades e 2 mil pessoas afetadas. O motivo de tanta destruição é que, em menos de 24 horas, várias cidades de do Estado tiveram um acumulado de chuva maior do que o esperado para o mês inteiro de julho.

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Maravilha, no Extremo-Oeste, por exemplo, sofreu com 203 mm de chuva até as 18h desta terça-feira – para os trinta dias do mês eram previstos cerca de 130mm. Chapecó, que tinha 110mm previstos, teve uma chuva com acumulado superior a 170mm. Confira abaixo:

? Maravilha: 203 mm

? Chapecó: 176 mm

? Seara: 165 mm

? São Miguel do Oeste: 160 mm

? Concórdia: 157 mm

? Xaxim: 152 mm

? Itá: 147 mm

? Capinzal: 139 mm

? Lindóia do Sul: 130 mm

? São José do Cedro: 124 mm

? Irani: 120 mm

? Palmitos: 113 mm

? Xanxerê: 109 mm

? Águas de Chapecó e Ponte Serrada: 106 mm

? Galvão: 102 mm

Na manhã desta quarta-feira, já era possível perceber uma diminuição na intensidade da chuva, em comparação aos dias anteriores. A imagem abaixo mostra o volume de precipitação acumulado entre 5h e 6h:

Durante o temporal de terça, as cidades do Oeste e Serra sofreram também com constantes descargas elétricas. Em São Joaquim, um jovem de 19 anos morreu por causa de um raio.

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