A recuperação judicial do Figueirense foi homologada na tarde desta segunda-feira (17). A Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais e Extrajudiciais da Comarca da Capital validou o plano apresentado pelo clube e aprovado em assembleia geral com os credores, realizada no dia 18 de outubro do ano passado. A sentença é assinada pelo Juiz Luiz Henrique Bonatelli e engloba os planos tanto da associação quanto da LTDA.

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O plano de recuperação judicial do Figueirense foi aprovado com algumas ressalvas por parte dos credores, e sofreu diversos ajustes ao longo do processo. Questões como formas de pagamentos, prazos e garantias foram amplamente discutidos e reformulados durante as assembleias, até que, enfim, fosse aprovado.

Com a homologação do plano de recuperação judicial, os credores do Figueirense têm um prazo de 15 dias corridos para escolher um dos cinco modelos de pagamento apresentados pelo clube para ser adotado para cada classe de credor.

O Figueirense deve começar a fazer os primeiros pagamentos em aproximadamente 30 dias, obedecendo os modelos escolhidos pelos credores. A dívida total do clube, somando associação e LTDA, supera os R$220 milhões.

— Uma vez formalizado o aporte, o Figueirense fará os primeiros pagamentos já em 20, 30 dias, a depender das opções feitas pelos credores. O que garante o pagamento é o sucesso da operação que foi formalizada com a CLAVE. O recurso está pronto, basta a homologação do plano. Se não for pago, por qualquer razão, os credores podem entrar com a ação contra o clube — explica Filipe Guimarães, advogado do Figueirense, após a assembleia que aprovou o plano, em outubro de 2024.

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Caso o Figueirense descumpra alguma das etapas do plano ou não faça o pagamento para algum dos credores, a recuperação judicial pode ser cancelada e o clube pode enfrentar um processo de falência.

Investimento no futebol

Com a homologação, o clube deve receber aporte milionário no futebol. De acordo com Enrico Ambrogini, CEO da SAF do Figueirense, cerca de R$60 milhões devem ser depositados pela Clave Capital, grupo financeiro que administra o clube, para investimentos no futebol e pagamento de parte da dívida.

— Nós temos que fazer uma boa gestão desse dinheiro. Seguindo nosso planejamento, precisamos subir (para a Série B) em 2025 ou 2026, para que não queime todo esse recurso — destacou o CEO, em entrevista coletiva concedida após a aprovação do plano.