A esperada recuperação da atividade econômica do país no segundo semestre não vai pressionar a inflação, afirmou nesta sexta-feira o coordenador do IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Para ele, ao mesmo tempo em que a aceleração da economia e o câmbio agem em favor de uma alta do IPC-S, a crise europeia e a queda dos preços das commodities farão uma pressão para baixo.
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-Existe uma série de sinais contraditórios na virada do semestre que não devem resultar em pressão inflacionária- disse.
Em junho, ressaltou Picchetti, acaba o impacto dos aumentos no item cigarro e no grupo Vestuário. De acordo com Pichetti, o repasse do aumento de imposto sobre o cigarro terá terminado e o vestuário já fez todos os reajustes por conta da mudança de estação.
Além desses dois itens, pressionou o IPC-S de maio o grupo Alimentação, principalmente os produtos in natura. O tomate, por exemplo, apresentou alta de 14,5% em maio, ante 7,4% na terceira quadrissemana do mês. Picchetti avaliou, no entanto, que o grupo Alimentação está em tendência de queda. No acumulado de 12 meses, o grupo tem avanço de 4,2%.
No fim de 2011, o acumulado em 12 meses era de 6,2%. O coordenador do IPC-S destacou também o setor de serviços que “tem andado de lado” em razão da desaceleração da economia. Tanto em abril como em maio, o setor de serviços acumulou no período de 12 meses alta 15,1%. Em dezembro de 2011, na mesma base de comparação, o aumento era de 16,9%.
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