A recuperação da Ponte Hercílio Luz recebeu em 2012 o menor investimento anual desde o começo da restauração do vão central em 2009. Foram apenas R$ 5 milhões no ano que se encerra. Em contraste, as previsões são otimistas para 2013, com a expectativa da assinatura do contrato de financiamento com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) até janeiro, que deve destinar R$ 150 milhões ao cartão postal.
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Atualmente, quem passa pelos arredores da ponte, não percebe nenhuma movimentação de funcionários. No canteiro de obras, onde estão os pilares que farão o reforço dos quatro conjuntos de estacas fincados no mar, há apenas três trabalhadores.
Nesta semana, durante o acompanhamento anual das obras de restauração pela Comissão de Transporte e Mobilidade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), o Consórcio Monumento informou que as ferragens para a sustentação da ponte provisória – que dará suporte à Hercílio Luz – estão sendo fabricadas em Ribeirão Preto (SP) e devem chegar em janeiro. No mesmo mês, também estão previstas a entrega de duas balsas, uma delas está em construção em Joinville, e as vigas para unir o último conjunto de estacas mais próximo à Ilha.
A falta de verba, que persegue a ponte desde sua inauguração em 1926, pois foi quitada somente em 1978 quatro anos antes de sua interdição em 1982, continua a ser um limitador. A prova disso é as constantes reduções no valor das liberações, que acumularam pouco mais de R$ 5 milhões em 2012, enquanto ultrapassaram R$ 17 milhões em 2010 – no governo anterior.
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Desde setembro de 2012, houve pouco movimento de obras na ponte e o retorno deve ocorrer justamente quando o governo prevê assinar o contrato com o BNDES, que faz parte do pacote Pacto Por Santa Catarina. Segundo o Consórcio Monumento e o Deinfra, com dinheiro em caixa no começo de 2013, é possível dar fôlego a obra.
– Obviamente se tivéssemos recursos, estaríamos mais adiantados. Mas com o reforço financeiro do contrato que devemos assinar até janeiro com o BNDES, conseguiremos manter o cronograma e finalizar a restauração da ponte em 2014. A valor já foi aprovado pelo banco – afirma o presidente do Deinfra, Paulo Meller.
Sem dinheiro para aplicar na Ponte Hercílio Luz, o governo apostou este ano em duas frentes para conseguir viabilizar a obra. Além do financiamento do BNDES, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) recebeu autorização do Ministério da Cultura (Minc) para captar R$ 64 milhões para a primeira fase de recuperação do vão central, a chamada etapa ponte segura. Até agora foram captados com empresas e pessoas físicas cerca de R$ 500 mil, sendo R$ 50 mil patrocinados pelo Grupo RBS, que assinou termo de compromisso para aplicar mais R$ 450 mil.
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De acordo com o presidente da FCC, Joceli de Souza, foi solicitado ao Minc autorização para prorrogar para 31 de dezembro de 2013 o prazo de captação. Também foi reiterado o pedido para utilizar o recurso antes de reunir 20% do total. Esse percentual é o mínimo para retirar o valor da conta, mas, no caso de bens em risco, pode ser sacado antes de completar o montante, desde que tenha a anuência do ministério.
Apesar do contrato ter sido prorrogado de junho de 2012 para dezembro de 2014, o Estado deixou claro ao consórcio que quer a obra pronta em junho de 2014, bem no período das campanhas eleitorais estaduais. Se conseguir, será um feito histórico já que se passaram 14 governos desde a interdição. Além disso, a travessia ativa pode contribuir para desafogar o trânsito caótico da Capital. O Deinfra estima, que após restaurada, a Hercílio Luz terá capacidade para receber 22 mil veículos por dia, o que corresponde a 13% do tráfego nas outras pontes.