A confiança é a maior riqueza de uma organização, para Zeca de Mello, professor das Fundações Dom Cabral e Getúlio Vargas. Num momento em que as empresas buscam a inovação que o mercado exige, para ele, o novo deve emergir da relação entre as pessoas e só as recompensas tradicionais não conseguem mover e reter os melhores talentos. Mello abordou o tema da abertura do Congresso Catarinense sobre Gestão de Pessoas em Florianópolis nesta quinta-feira (11).
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– Uma empresa existe para resolver um problema de alguém, criar valor para alguém. O coração de qualquer inovação é entender o que é de fato valor para para o grupo de pessoas para o qual você está querendo resolver um problema. Isso, do início ao fim, é o cuidado com pessoas, porque no final das contas, negócios são conversas – resumiu.
É neste contexto que a confiança aparece como a maior riqueza em qualquer organização.
– Os novos modelos de negócio, como Uber, Airbnb têm a confiança como principal ativo. Você entra no carro de um estranho, se hospeda na casa de um estranho. É preciso muita confiança para isso. Você usa uma plataforma pela primeira vez e expõe sua intimidade ali. Como dizem alguns especialistas, nós estamos na economia da confiança – afirmou.
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Engajamento
Conforme Zeca de Mello, a área de recursos humanos se reestrutura para consolidar um elo entre os colaboradores.
– Como você lida com a diversidade, como você constrói o que não existe ainda, como você constrói uma cultura em que as pessoas desejem colaborar? A área de recursos humanos está sendo reestruturada. Como você atrai os melhores talentos? Como reconhece esses talentos? Que tipo de recompensa se dá? – questionou.
A relação de confiança que para ele é o maior valor das organizações é tecida pelo engajamento.
– A confiança se constrói assim, com o cultivo de valores comuns, com salários. O trabalho tem dimensão mercantil, um valor em dinheiro, mas ele também tem um valor relacional e transcendente – declarou.
Retenção de talentos
Conforme Zeca de Mello, muitas empresas ainda estão descobrindo como reter os melhores talentos.
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– Como é que você retém os melhores, aqueles que podem levar as organizações para um outro lugar? Tenho acompanhado jovens muito capacitados tomando decisões irracionais do ponto de vista econômico-financeiro, ou seja, passam por um concurso, ficam um ano naquela empresa, não se adequam, não veem possibilidade de crescer, acham antiquado, não encontram um modelo de chefia com o qual ele se identifica e pedem para sair – contou.
– Só as recompensas tradicionais não parecem ter a capacidade de atrair e mover os melhores talentos – concluiu.
Evento
O Congresso Catarinense de Gestão de Pessoas reúne 1,2 mil pessoas até esta sexta-feira (12) no Centrosul.
A programação apresenta 30 palestras, com participações nacionais e internacionais. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos, Seccional Santa Catarina (ABRH-SC).
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