O recesso marcado para julho no Supremo Tribunal Federal (STF) deve adiar o julgamento do mensalão para o segundo semestre. Esperada para iniciar antes do meio do ano, a apreciação do caso depende do revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, que pretende concluir seu voto até o final de junho.
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Segundo o jornal O Globo deste sábado, se a expectativa for confirmada, a solução de realizar o julgamento na sequência da apresentação do voto de Lewandowski esbarra na previsão de que as sessões se estenderiam pelo mês de julho. Devido ao recesso, muitos ministros se opõem a essa fórmula, entre eles o relator, Joaquim Barbosa, que já tem viagem planejada.
Se o início do julgamento ficar mesmo para agosto, de acordo com O Globo, o ministro Cezar Peluso, que irá se aposentar, não deverá participar da votação.
Na sexta-feira, Lewandowski garantiu que o julgamento do Mensalão sai ainda neste ano e que tem trabalhado em ritmo acelerado. Para isso, deslocou a maior parte de seus assessores para trabalhar no caso.
– Este ano ainda julgaremos. A expectativa é não só dos ministros, mas da sociedade e também minha – afirmou.
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O ministro ponderou, no entanto, que tem muitos outros trabalhos além do processo do mensalão, e que trabalha às noites e finais de semana.
– No meu gabinete há o processo que envolve a CPI do Cachoeira, tem muita coisa para fazer – disse Lewandowski.
Ayres Britto quer definir detalhes na terça
Presidente do STF, ministro Ayres Britto, afirmou na semana passada que marcará sessão administrativa para definir como deve ser o julgamento para terça-feira. Isso porque o processo tem um tamanho pouco comum para a corte, com mais de 50 mil páginas, 38 réus e mais de 600 testemunhas, o que demanda uma logística especial.
A ministra Cármen Lúcia, disse que está pronta para o julgamento, pois está estudando o caso há algum tempo, assim como seus colegas.
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– Da minha parte, estarei habilitada a votar na hora em que ele for colocado em pauta. Nós somos servidores e queremos dar respostas o mais rápido – garantiu.