Nesta quinta-feira, durante a apresentação do calendário de eventos da Fundação Municipal de Esporte (FME), o secretário municipal de Turismo, Cultura e Esportes, Ronaldo Raulino, deu uma notícia nada animadora para o atletismo jaraguaense. Não existe prazo para a pista de atletismo de piso sintético ficar pronta e disponível para treinos e competições dos atletas locais.

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A estrutura, que faz parte do Centro Municipal Esportivo Murillo Barreto de Azevedo, foi entregue no dia 22 de dezembro depois de uma série de problemas como atrasos no processo licitação da construção, repasse de verbas e execução de obras. Mesmo assim está longe de ser um lugar ideal para treinos e disputa de alto rendimento de atletismo.

As placas do piso sintético, colocadas no final de ano, estão descolados em diversos pontos ao longo da extensão de 400 metros de pista. No próprio dia da inauguração, alguns presentes já questionavam a qualidade do trabalho, dentre eles o atual presidente da Fundação Municipal de Esporte, Márcio Porfílio Feltrin. O dirigente adiantou na ocasião que o trabalho de colagem teria que ser refeito.

Nesta quinta, Raulino argumentou que somente na colocação das placas a FME gastou R$ 152 mil.

– Recentemente estivemos reunidos com representantes da Construtora Sifra, responsável pela obra, e cobramos uma resolução do problema – garantiu o secretário.

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Segundo ele, a empresa (através de um advogado) teria argumentado que tem documentos que comprovam que foi recomendado à direção da FME da ocasião que aguardasse o clima, bastante chuvoso naquele período, melhorar para que o material fosse aplicado.

– Eles (empresa) disseram que apesar da recomendação foram pressionados a terminar a obra de qualquer jeito para ser entregue antes do final do mandato passado – garantiu Raulino.

Apesar disso, o secretário aponta que uma das cláusulas do contrato entre Sifra e Prefeitura previa cinco anos de garantia pelo serviço feito.

– Deveremos nos encontrar com os representantes da Sifra para resolver o problema. Nossa posição é clara: o trabalho tem que ser refeito. Se isto não ocorrer vamos procurar os meios legais. Afinal, dinheiro público foi aplicado ali.

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Empresa se defende e promete solução

O gerente comercial da Sifra, Hilário Phillipps confirmou que após o Carnaval irá haver um novo encontro com Raulino para discutir uma solução para o problema.

– A empresa executou o serviço conforme a norma da Fundação Municipal de Esportes e da prefeitura. O que for de responsabilidade da construtora será resolvido – disse.

Phillipps acrescentou que a empresa irá solicitar um laudo técnico para avaliar o problema de infiltração de água na área onde a pista foi construída, o que teria dificultado a fixação das placas. Ele garante que foi utilizada mão de obra especializada para a construção da pista e colocação das placas. O representante da Sifra também negou a versão de Raulino de que tenha havido “pressão” para apressar a conclusão da obra.

– Isto não ocorreu – resumiu.

Enquanto a “novela” da pista não tem uma definição, o local está sendo usado para caminhadas de moradores das proximidades. O secretário também pretende aproveitar o gramado, plantado no centro da pista como campo de futebol, área que também poderá ser utilizada, eventualmente, pela equipe de futebol americano Jaraguá Breakers.

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O projeto original do Centro Esportivo Murillo Barretto prevê ainda, numa segunda fase, a construção de arquibancadas e vestiários, além de um ginásio multiuso. Todo o material utilizado na pista sintética foi doado pelo Ministério do Esportes.