Uma revolta no PMDB implodiu o cronograma inicial que previa a instalação da comissão especial do impeachment nesta segunda-feira. Duas chapas deverão se enfrentar no voto em cédula para decidir como ficará a composição do colegiado que fará a apreciação do processo. Com o impasse, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adiou para terça-feira a definição da comissão.
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Na bancada peemedebista, o líder Leonardo Picciani (RJ) articulava a indicação majoritária ou absoluta de governistas para a comissão que irá analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Como a bancada é dividida entre governistas e oposicionistas, houve rebeldia com a atitude de Picciani entre aqueles que querem cassar o mandato de Dilma.
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– Se o Picciani insistir em uma chapa branca pró-governista, ele corre o risco de ser destituído – afirmou o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), que colocou o nome à disposição para integrar a comissão.
Liderada, entre outros, pelo deputado federal Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), a ala peemedebista de oposição apresentará oito – número de cadeiras disponíveis ao partido na comissão – nomes para concorrer paralelamente aos indicados por Picciani. O movimento será acompanhado por PSDB, DEM, Solidariedade e PPS. Também poderão se somar siglas como PSB e PSC.
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– No PMDB, muitos deputados queriam participar e foram excluídos. Por isso, a apresentação dessa chapa alternativa. A oposição já retirou todos os nomes da chapa oficial – anunciou o deputado Paulinho da Força (SDD), no Salão Verde da Câmara.
Ele disse que o critério para a apresentação da nominata alternativa é a reunião de 33 parlamentares, patamar que foi alcançado. Por outro lado, o regimento diz que as indicações são de prerrogativa dos líderes de bancada. No caso do PMDB, são indicações à revelia da liderança.
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Para Paulinho, o fato novo inviabilizava a instalação da comissão nesta segunda-feira, já que é preciso estabelecer critérios para a eleição, que terá voto em cédula. Com isso, os procedimentos devem ocorrer nesta terça-feira.
As duas chapas serão incompletas: o PT e o PSDB estarão somente em uma lista, em lados opostos, por exemplo. O fato de uma lista perder e outra ganhar não prejudica as vagas asseguradas proporcionalmente a todos os partidos. Por isso, depois de uma chapa sair vencedora, será preciso fazer um pleito complementar para que os partidos derrotados agreguem os seus nomes.
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