A rebelião na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), no Paraná, chegou ao fim, após 46 horas marcadas por momentos de tensão. Segundo o tenente Fabio Zarpellon, da Polícia Militar, às 10h desta quarta-feira, iniciou-se o processo de rendição.

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– Poderemos considerar como final da rebelião o momento em que todos os reféns, tanto agentes quanto alguns presos, forem liberados e a polícia checar toda a área – disse.

Entre as exigências feitas pelos presos está a remoção de 28 detentos para unidades prisionais do Estado e também de Santa Catarina, que deve acontecer até o final do dia. Os perfis desses criminosos transferidos, porém, não foram detalhados pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).

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No primeiro dia, autoridades informaram extraoficialmente que os líderes poderiam pertencer a alguma facção criminosa ou seriam alguns dos presos transferidos de Cascavel após a rebelião ocorrida no mês passado, mas nenhum grupo organizado assumiu a autoria do motim.

A rebelião teve início às 11h30min desta segunda-feira, e foi liderada por 40 presos, que fizeram 12 agentes penitenciários e outros 60 presos como reféns – desse total, três agentes foram liberados, 11 detentos pularam do telhado, dois foram atirados pelos líderes e outro grupo de presos acabou liberado no pavilhão. Os seis presos que continuaram como reféns até o fim do motim cumprem penas por crimes sexuais.

Além da transferência de presos, a troca da direção, o fim a supostos maus tratos e melhorias na alimentação estavam na pauta de exigência dos rebelados.

No início da rebelião, um dos agentes penitenciários foi queimado com cola e outros materiais inflamáveis e teve 40% do corpo ferido. Ele precisou ser encaminhado para um hospital próximo e já foi liberado.

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Quanto aos reféns, os presos fizeram rodízios e a cada hora amarravam algum deles a um para-raios sob a ameaça de serem jogados caso a polícia decidisse invadir o local.

Essa foi a primeira rebelião ocorrida na PIG desde sua fundação, há 15 anos. A penitenciária já foi considerada uma prisão modelo, pois nela existem atividades de educação, trabalho e ressocialização.