A principal coalizão rebelde na província síria de Idlib, a Frente Nacional de Libertação (FNL), anunciou neste sábado (6) a retirada de suas armas pesadas da “zona desmilitarizada”, a ser estabelecida neste último grande reduto insurgente da Síria.
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O anúncio da Frente Nacional de Libertação (FNL), que a Turquia apoia, ocorreu depois de várias semanas de incertezas sobre a implementação do acordo selado em 17 de setembro entre a Rússia, aliada do regime sírio, e a Turquia.
Moscou e Ancara haviam anunciado o acordo para criar até 15 de outubro uma “zona desmilitarizada” de 15 a 20 km de largura que separe os territórios rebeldes de Idlib das regiões controladas pelo governo sírio.
O acordo previa a retirada de armas pesadas antes de 10 de outubro e a saída dos jihadistas da zona desmilitarizada até 15 de outubro.
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A iniciativa permitiu adiar uma ofensiva do regime de Bashar al Assad. A Turquia temia que uma operação militar desestabilize a província de Idlib, provocando um drama humanitário em sua fronteira.
“A Frente começou a retirar suas armas pesadas da zona” que deve ser desmilitarizada, disse à AFP Mustafa Naji, porta-voz da coalizão apoiada pela Turquia.
“Conservamos nossas posições e os quartéis-generais (na zona desmilitarizada) com armas leves”, destacou Mustafa.
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Há uma semana, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) deu conta da retirada de armas pesadas pelos rebeldes, mas o FNL o desmentiu.
O FNL havia saudado com prudência o acordo russo-turco.
“A Frente começou efetivamente (…) a retirar suas armas pesadas da zona desmilitarizada”, confirmou neste sábado à AFP Seif al Raad, encarregado do grupo Faylaq al Sham, que faz parte do FNL. Raad falou de tanques, lança-mísseis e canhões de obus.
A retirada das armas pesadas deveria ocorrer antes de 10 de outubro, de acordo com os termos de um acordo russo-turco que criou essa zona.
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Moscou e Ancara anunciaram em 17 de setembro o acordo, que prevê a criação, em 15 de outubro, de uma “zona desmilitarizada” de 15 a 20 km de extensão, para separar os territórios insurgentes de Idlib (noroeste de Síria) das regiões governamentais adjacentes.
Este acordo afastou a ameaça iminente de uma ofensiva do regime de Bashar al-Assad, apoiado por Moscou, contra esta região rebelde.
A Turquia temia que tal operação militar desestabilizasse a província de Idlib, provocando uma tragédia humanitária em suas fronteiras.
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“Estamos mantendo posições (na zona desmilitarizada) com armas médias e leves”, ressaltou Moustafa.
A FNL acolheu com cautela o acordo russo-turco, que também prevê a saída dos jihadistas da zona desmilitarizada até 15 de outubro.
A organização jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), dominada pela ex-facção síria da Al-Qaeda e que controla grande parte de Idlib, não reagiu ao acordo.
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Outro grupo jihadista, Houras al-Din, uma pequena formação ligada à Al-Qaeda, já se manifestou contra este texto.
Há uma semana, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) relatou a primeira retirada de armas pesadas pelos rebeldes, mas o FNL e um de seus componentes haviam negado.
* AFP