Rebeldes sírios derrubaram no sábado um avião russo na província de Idlib e mataram a tiros o piloto, que havia conseguido se ejetar de paraquedas.

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Segundo a organização Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o avião russo foi derrubado quando sobrevoava a cidade de Maasran.

Ao tocar a terra, o piloto foi cercado pelos rebeldes e sacou sua arma, mas acabou sendo morto em uma troca de tiros, segundo as fontes.

As tropas do governo sírio lançaram no final de dezembro, com o apoio da aviação russa, uma ofensiva na província de Idlib, controlada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir Al Sham – dominado pela antiga facção da rede Al-Qaeda na Síria – e várias organizações rebeldes. Esta província é a última que escapa ao controle de Damasco.

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“Houve dezenas de bombardeios russos naquela área nas últimas 24 horas. Esse avião era um dos que atacavam”, explicou o diretor do OSDH, Abdel Rahman.

Um jornalista da AFP que visitou o local da queda viu os destroços do avião. Uma das asas tinha uma estrela vermelha.

Em um comunicado publicado por sua agência de propaganda Ibaa, Hayat Tahrir Al Sham reivindicou o ataque contra o avião russo, sem mencionar o piloto.

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Moscou, que atua militarmente na Síria desde setembro de 2015 em apoio às forças do regime de Damasco, confirmou a morte de seu piloto.

“Um avião russo Su-25 caiu enquanto sobrevoava a zona de desescalada de Idlib. O piloto teve tempo de avisar que havia se ejetado naquela área, sob o controle de combatentes da Frente al-Nosra. Ele foi morto no combate com os terroristas”, afirmou o Ministério da Defesa russo.

“Segundo as primeiras informações, o avião foi derrubado por um sistema de míssil antiaéreo portátil”, acrescentou.

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O departamento de Estado americano expressou sua “profunda preocupação” diante da possível utilização de arma semelhante.

Grupos rebeldes sírios conseguiram derrubar aviões do regime no passado, mas conseguir fazer o mesmo com aparelhos russos é menos frequente.

Em outra frente, na região de Afrin, sete soldados turcos morreram, o que fez do sábado o dia mais mortal para o Exército de Ancara desde que lançou sua ofensiva em 20 de janeiro.

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A Turquia, aliada dos rebeldes sírios, quer expulsar de sua fronteira os curdos das Unidades de Proteção do Povo (YPG), que são aliados dos Estados Unidos na luta contra os jihadistas na Síria.

Milhares de curdos participaram no sábado do funeral dos combatentes e civis mortos recentemente na ofensiva turca. Mas entre os corpos sepultados não estava o de Barin Kobane, cujas imagens provocaram a ira da comunidade pela barbárie.

“Mutilaram seu corpo. Ela não teve direito sequer a um enterro”, lamentou sua mãe que, como outros curdos, acusa os rebeldes aliados do Exército turco. O corpo da jovem seguem nas mãos dos grupos rebeldes.

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A ofensiva em Afrin e os ataques em Idlib obrigaram o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas.

* AFP