Mais de dez grupos rebeldes sírios apoiaram uma iniciativa para criar um “Exército nacional” conjunto para unificar as fileiras da oposição, enfraquecida frente ao governo Bashar al-Assad.

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O governo sírio interino, instaurado pela oposição no exílio, e o Conselho Islâmico Sírio (CIS), um grupo de autoridades religiosas sírias formado em 2014 na Turquia, propuseram na quarta-feira a criação desse Exército.

“Temos de pôr fim ao estado de divisão, em que estamos atualmente”, convocou o CIS, pedindo aos rebeldes que “formem um Exército revolucionário único”.

Já o governo interino opositor havia considerado que essa iniciativa “provocaria a queda do regime criminoso” de Assad.

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Na sexta-feira, mais de dez facções rebeldes apoiaram esse projeto, entre eles o grupo salafista Ahrar al-Sham e outros movimentos opositores apoiados pela Turquia.

“Anunciamos nosso apoio à iniciativa do CIS para [a criação] de um Exército nacional unificado”, segundo um comunicado conjunto publicado por esses grupos, entre eles, as Brigadas Mutassem.

O Ahrar al-Sham disse estar “disposto a tomar todas as medidas necessárias para garantir o êxito da iniciativa”.

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Os grupos rebeldes, que cedem terreno para as tropas do governo, também lutam contra os extremistas do Estado Islâmico (EI), ou contra os Tahrir al-Sham, a antiga Frente al-Nosra, ex-braço da Al-Qaeda na Síria.

Desde o início do conflito em 2011, os grupos rebeldes tentaram, em vão, adotar iniciativas similares para unificar a oposição a Assad.

“O único motivo para dizer que, desta vez, pode ser diferente, é que a situação da oposição nunca foi tão desesperada como agora”, opina o especialista Charles Lister, do Middle East Institute, um “think tank” com sede em Washington.

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“É a única opção que resta aos rebeldes, na esperança de sermos considerados legítimos e uma alternativa séria ao poder de Assad”, acrescenta.

* AFP