Os rebeldes sírios controlam quase dois terços de Aleppo, segunda maior cidade do país, onde acontece uma batalha decisiva para o regime, afirmou à AFP o chefe do conselho militar rebelde da província, um anúncio desmentido por uma fonte dos serviços de segurança.

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– Controlamos na atualidade mais de 60% da cidade de Alepo. Cada dia controlamos mais bairros – afirmou o coronel Abdel Jabbar al-Oqaidi, entrevistado por telefone pela AFP.

– Cada vez que controlamos um bairro, o Exército responde com bombardeios – explicou.

– Isto é totalmente falso – reagiu uma fonte dos serviços de segurança sírios.

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– Não são os terroristas que avançam, é o Exército que progride lentamente. Os grupos terroristas saem de vez em quando dos bairros que controlam para fazer incursões em outras partes da cidade para afirmar que controlam uma rua em algum lugar e depois voltam rapidamente a seus refúgios – afirmou à AFP.

As autoridades sírias chamam de terroristas os rebeldes que pegaram em armas para combater o regime de Bashar al-Assad. O coronel Oqaidi citou mais de 30 bairros sob controle dos rebeldes, incluindo Saif al-Dawla, Bustan al-Kasr, Mashad, Ansari e Firdus, Sukari (sudoeste), Shar, Hanano e Sakhur (leste), Bustan al-Basha (nordeste), Sheikh Said e Firdus (sul) e Kalase (centro-sul).

Ele disse ainda que o emblemático bairro de Salahedin, oeste, está controlado em 50% pelos insurgentes. Disse também que um bairro do centro, Al-Tilal, também está sob controle rebelde. De acordo com Oqaidi, os moradores de Aleppo ajudam os rebeldes, com água e comida.

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– O povo está conosco. Como poderíamos aguentar durante um mês? – disse o coronel.

Quinze mortes nesta terça

Quinze pessoas, entre elas mulheres e crianças, morreram nesta terça-feira na Síria, onde o exército bombardeava a cidade de Aleppo, norte do país, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Na véspera, os confrontos e bombardeios mataram 167 pessoas, entre elas 88 civis, segundo o OSDH. Segundo a fonte, desde o início do conflito, em março de 2011, já morreram mais de 23.000 pessoas, um balanço impossível de verificar junto a fontes independentes.

Japão confirma morte de jornalista

A jornalista japonesa Mika Yamamoto morreu na segunda-feira quando cobria os combates na cidade síria de Aleppo para a agência de notícias Japan Press, anunciou um colega que a acompanhava. Outros três jornalistas, árabes e turcos, estão desaparecidos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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– Tivemos a confirmação de que era Mika Yamamoto, de 45 anos – afirmou uma fonte do ministério das Relações Exteriores do Japão.

Foto: NHK News / AFP

A fonte disse que a jornalista cobria os confrontos entre o Exército e os rebeldes sírios em Aleppo, quando “se viu no meio de um tiroteio”. Kazutaka Sato, outro jornalista da Japan Press, identificou o corpo de Yamamoto. Ele disse ao canal japonês NTV que os dois se viram diante de um grupo de soldados com uniforme de combate.

– O que estava na frente usava capacete e pensei que eram tropas governamentais. Disse a Mika que corresse. Neste momento começaram a atirar. Devíamos estar a menos de 20 ou 30 metros. Começamos a correr e nos separamos. Não voltei a ver Yamamoto, depois me disseram para ir ao hospital. Lá encontrei o corpo – contou Kazutaka Sato.

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