Os rebeldes pró-turcos receberam com prudência o acordo russo-turco que prevê a criação de uma “zona desmilitarizada” na província de Idlib, último bastião dos insurgentes na Síria.
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conseguiram superar suas diferenças, na semana passada, a respeito dessa região ameaçada de sofrer uma ofensiva por parte do regime de Damasco.
Nesse sentido, anunciaram o estabelecimento de uma “zona desmilitarizada” até 15 de outubro, da qual todos os combatentes extremistas deverão se retirar, abrindo caminho para que as patrulhas turcas e russas controlem a área.
Este acordo afastou os temores de uma ofensiva iminente nesta província.
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Mais da metade dessa província do noroeste sírio está controlada pelo grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço sírio da rede Al-Qaeda. O restante do território está nas mãos de grupos rebeldes rivais.
Em um comunicado divulgado no sábado (22), a Frente Nacional de Libertação (FNL), principal coalizão rebelde de Idlib, afirmou que está “cooperando plenamente com seu aliado turco para contribuir para o êxito dos esforços buscados para evitar os sofrimentos da guerra aos civis”.
“Mas nos mantemos vigilantes frente a qualquer traição da Rússia, do regime [de Damasco], ou dos iranianos”, acrescentou o comunicado da FNL.
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“Não abandonaremos nossas armas, nossa terra, nem nossa revolução”, prometeu a FNL.
Já um pequeno grupo jihadista, o Hurras al-Din, informou nas redes sociais sua rejeição ao acordo entre russos e turcos.
“Nós, no Hurras al-Din, anunciamos nossa rejeição a esta conspiração”, escreveram on-line.
O HTS, o grupo extremista que controla a província, ainda não manifestou sua posição.
Segundo os termos do acordo, todas as armas pesadas e os jihadistas devem deixar essa área.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, garantiu na última sexta-feira (21) que esta zona “tem como objetivo, antes de tudo, erradicar a ameaça terrorista” e considerou que se trata de “uma medida intermediária (…) mas indispensável” para evitar os ataques contra as forças sírias e contra a base russa de Hmeimim, nessa província.
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Cerca de três milhões de pessoas – metade composta por deslocados de outras regiões da Síria – vivem na província de Idlib e em zonas insurgentes das vizinhas Hama, Aleppo, ou Latákia, segundo as Nações Unidas.
A ONU advertiu que uma ofensiva contra Idlib deflagraria uma catástrofe humanitária e, possivelmente, um dos piores banhos de sangue nos sete anos de guerra que assolam o país.
* AFP