Forças rebeldes anunciaram neste domingo (8) terem entrado na capital da Síria, Damasco. A situação é decisiva e pode selar a queda do ditador Bashar al-Assad, que está no poder há 24 anos. Agências internacionais dizem que Bashar deixou Damasco neste domingo em direção a um destino desconhecido. As informações são do g1.
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A possível queda do regime autoritário consolida uma ofensiva relâmpago que, em apenas 10 dias, mudou os rumos da guerra no país, que já dura 13 anos. Relatos da imprensa internacional narram tiroteios na capital e rebeldes, em carros e a pé, se reunindo na praça principal de Damasco gritando “liberdade”.
O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, permaneceu em casa e disse estar disposto a apoiar a continuidade do governo após a fuga de Assad, segundo a agência Reuters. Em seguida, o líder rebelde sírio Ahmed al-Sharaa disse que está proibido se aproximar de instituições públicas, que, segundo ele, continuarão sob a supervisão do “ex-primeiro-ministro” até serem oficialmente entregues.
Em um pronunciamento em uma rede de TV local, rebeldes comemoraram o que chamaram de “queda de Assad” e disseram estar libertando pessoas presas durante o regime do ditador.
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O líder da oposição síria, Hadi al-Bahra, que fica na Turquia, anunciou à Al Jazeera que representantes do grupo se reunirão com países árabes, europeus e a Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir e definir a próxima fase do processo político na Síria.
O jornal The New York Times informou que um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirmou que o presidente americano Joe Biden está “monitorando de perto os eventos extraordinários na Síria”.
Antes da fuga de Assad, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que tomará posse em janeiro, afirmou que o país não deve se envolver no conflito.
Quem é Bashar al-Assad
O ditador que comanda a síria há 24 anos, Bashar al-Assad, tem 59 anos. Ele assumiu o poder após a morte do pai, Hafez a-Assad, em 2000. Assad pai governou a síria por três décadas, após um golpe de Estado em 1971. A família Assad é alauita, uma minoria religiosa xiita na Síria.
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Nascido em 11 de setembro de 1965, em Damasco, Bashar al-Assad estudou medicina e se especializou em oftalmologia, e cursou pós-graduação em Londres. Em 1994, Basil, irmão mais velho e sucessor natural de Hafez, morreu num acidente, tornando Bashar o herdeiro do poder na família.
Em 10 de junho de 2000, ele foi declarado presidente pelo parlamento sírio após um referendo popular no qual recebeu uma aprovação de 97,29%. Bashar tinha 34 anos. Em 2007, ele renovou o mandato por outros sete anos em um referendo, onde 97,62% dos votos. Em 2014, foi reeleito para um terceiro mandato de sete anos.
Na época, a guerra civil síria já estava em curso e a votação foi realizada nas áreas controladas pelo governo. A família Assad governa a Síria há mais de cinco décadas.
Guerra na Síria
A guerra civil na Síria começou em 2011 e, nos últimos quatro anos, parecia estar adormecida sob o regime do ditador, que conseguiu manter o controle sobre maior parte do território, com apoio da Rússia, Irã e da milícia libanesa Hezbollah. Antes disso, o país viveu um período sangrento de confrontos, onde mais de 500 mil pessoas morreram e milhares deixaram o país.
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No entanto, agora a Rússia está em guerra com a Ucrânia, e o Irã vive um conflito com Israel. O Hezbollah, por sua vez, perdeu seus principais comandantes neste ano, mortos em ataques israelenses. Para analistas, com isso, nem Putin, nem o regime iraniano estão dispostos a entrar de cabeça em mais uma guerra.
Informações publicadas no sábado indicam que o Hezbollah e o regime iraniano estão retirando tropas que mantêm na Síria.
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