O Exército do Azerbaijão utilizou seus tanques, nesta quarta-feira, para atacar posições rebeldes no enclave separatista armênio de Nagorno-Karabakh, pela primeira vez, desde o acordo de um cessar-fogo há 20 anos – denunciaram as autoridades rebeldes.

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“Foram realizados cerca de 1.500 disparos de tanques e de lança-granadas. Um soldado de Karabakh morreu nesses bombardeios”, declarou o Ministério da Defesa do enclave, em uma nota.

Em um comunicado, as autoridades azerbaijanas ameaçaram “destruir” as posições rebeldes, se elas abrirem fogo, mas não mencionaram nenhum ataque de seus tanques de combate.

Os Estados Unidos, que há anos acompanham a evolução do conflito, consideraram “inaceitáveis a última escalada de violência e o recurso a armas pesadas”.

“Pedimos às partes envolvidas que respeitem estritamente o cessar-fogo”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby.

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Esses incidentes acontecem no mesmo dia em que a Armênia anunciou a prisão de um ex-oficial armênio, suspeito de ser um espião do Azerbaijão.

“Um comandante reformado de 38 anos, Garik Maroutian, que foi chefe de unidades de reconhecimento, cooperou com os serviços especiais azerbaijanos em solo turco”, declararam os serviços de Inteligência armênios em um comunicado.

O ex-oficial poderá ser condenado a até 15 anos de prisão.

A Armênia e o Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas do sul do Cáucaso, enfrentam-se desde o final dos anos 1980 por Nagorno-Karabakh.

O enclave, de maioria armênia mas anexado ao Azerbaijão durante a época soviética, tem sido cenário de uma guerra que deixou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados entre 1988 e 1994.

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Após vários anos de negociações e da instauração de um cessar-fogo, os dois países não assinaram nenhum acordo de paz.

Os confrontos se multiplicaram na região nos últimos meses, e ambos os países se acusam mutuamente de incitar ataques. Baku ameaçou retomar o enclave à força, se não for alcançado um avanço diplomático. A Armênia advertiu que responderá diante de qualquer ação militar.

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