Designado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para dar entrevistas relacionadas ao crime organizado, o diretor da Deic, delegado Akira Sato, não comenta sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, em razão do sigilo de investigação.
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Em torno dos conflitos entre bandidos, admite que estão aumentando as estatísticas pelo Estado, mas garante que a polícia tem intensificado as ações:
DC – Esses conflitos que têm ocorrido em SC são entre criminosos de facções?
Akira Sato – O que podemos observar é que realmente há uma disputa de território pelo tráfico de drogas, em algumas situações brigas entre rivais faccionados e a população que não é causadora acaba sofrendo com toda essa criminalidade.
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DC – Por que se chegou a essa situação de conflitos violentos, com tiroteios, como os ocorridos no Monte Cristo, em Florianópolis?
Akira – A gente pode observar que isso ocorre em razão da droga, do montante financeiro. E é claro que abastecido e fomentado por outras razões de faccionados rivais, aumentando esses números estatísticos.
DC – Isso acaba se espalhando para outras cidades, se proliferando pelo Estado?
Akira – Temos observado que nas maiores cidades, não só na região metropolitana da Grande Florianópolis, isso tem ocorrido com frequência, a exemplo de Joinville, Itajaí e Blumenau.
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DC – Como fazer para combater cada vez mais o crime organizado em SC?
Akira – Hoje se busca não só atacar o crime organizado, mas principalmente a parte financeira e econômica do crime organizado, para que eles não possuam futuro ou mais recursos para continuar a investir.
DC – O crime organizado atinge de alguma forma todas as classes sociais da população. Há represálias dos bandidos às pessoas em geral?
Akira – Com certeza. Cada tipo de criminoso pode ter a sua forma de organização criminosa. Pode se observar, a exemplo do terrorismo que vem ocorrendo na área continental de Florianópolis, a depredação do patrimônio público nas ruas, a retirada de lajotas, de lâmpadas, ameaças veladas e diretas também à população, que acaba por não colaborar numa investigação policial por medo de represálias.
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DC – A polícia vem intensificando ações nesse sentido pelo Estado?
Akira – Nos últimos dois meses já foram diversas operações realizadas na região continental, especialmente na comunidade do Monte Cristo, entre outras de Florianópolis, e a finalidade é justamente trazer e resgatar a segurança pública local, não só com a repressão policial, mas principalmente com políticas públicas voltadas à ressocialização, pavimentação de ruas, troca da iluminação pública e a presença policial 24 horas.
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