Uma análise de amostras da água que é consumida em 100 cidades catarinenses, feita a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), mostrou que 22 municípios do Estado recebem nas torneiras água com resquícios de agrotóxicos. Segundo a análise, entre as substâncias encontradas, há produtos que estão proibidos em outros países no mundo, suspeitos de causarem danos à saúde, e outros que não têm parâmetros estabelecidos pelo governo brasileiro — o que impede a avaliação se podem provocar algum dano. Joinville aparece entre as cidades e registrou resquícios de duas substâncias na água.

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De acordo com a presidente da Companhia Águas de Joinville, Luana Siewert, não há motivos para preocupações neste momento. Segundo ela, a Companhia realiza mais de 100 mil análises de qualidade de água anualmente, tanto em 220 pontos de tubulações, quanto nas Estações de Tratamento de Água (ETA Cubatão e ETA Piraí).

– Analisamos todos os parâmetros estabelecidos na portaria do Ministério da Saúde – afirmou a presidente em entrevista ao Jornal do Almoço.

Dentro dos parâmetros, ainda segundo Luana, existe a análise da presença de agrotóxicos e da densidade dentro da água distribuída para a população. De fato é constatado a presença das substâncias, mas Luana atesta que a concentração é inferior em relação à concentração exigida como limite pelo Ministério da Saúde.

– A Companhia Águas de Joinville garante que a água pode ser consumida e atende a estes parâmetros mínimos estabelecidos – assegura.

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O Ministério Público alega que analisou a presença de mais de 200 substâncias. Para Luana, essa é uma análise a nível nacional, já que todas as companhias seguem as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, que é quem determina os tipos de agrotóxicos que teriam impactos na qualidade de vida e saúde da população.

– Nós temos uma laboratório certificado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), realizamos de maneira muito rígida a análise da qualidade da água distribuída pela Companhia e a população não precisa se preocupar porque todos os parâmetros estão sendo atendidos – finaliza.

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) também se manifestou sobre o mesmo relatório do MPSC. Em nota, a Casan alega que nenhuma amostra de água coletada nas estações de tratamento da Casan apresenta inconformidade. Segundo o órgão, a água distribuída aos moradores de Santa Catarina atende às regras do Ministério da Saúde e está dentro dos níveis de portabilidade exigidos pela legislação.

As amostras de água de Santa Catarina foram coletadas entre março e novembro de 2018, em um programa do Centro de Apoio ao Consumidor do MPSC, em parceria com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) e a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). As cidades foram escolhidas com base na relação entre população, cultivo de alimentos e venda de pesticidas. Foram incluídos municípios na Grande Florianópolis, Oeste, Sul, Vale do Itajaí, Norte e Serra.

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