O ultimato do governo parece ter surtido efeito e, até o início desta noite, 23 categorias de servidores federais aceitaram a proposta da União e encerraram a greve, iniciada há cerca de dois meses. Os acordos assinados hoje devem custar mais de R$ 3,9 bilhões nos próximos três anos.
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As negociações tomaram força quando a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Publico Federal (Condsef), que representa cerca de 80% dos servidores públicos federais, decidiu aceitar a proposta de reajuste oferecida pelo governo.
A decisão engloba o contracheque de cerca de 520 mil servidores ativos, segundo o Ministério do Planejamento.
As categorias que rejeitarem o reajuste de 15,8% oferecido pelo governo, divididos em três anos, a partir de 2013, ficarão sem aumento no ano que vem.
O governo tem reuniões com as categorias de servidores públicos federais em greve até a meia-noite desta terça, data limite fixada pela própria União para assinatura de acordos de reajuste salariais.
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– Com quem decidir não assinar, voltaremos a discutir no ano que vem com impacto para 2014 – disse o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
Nas contas do governo, cerca de 90% dos grevistas sinalizaram aceitar o reajuste.
– Praticamente está tudo resolvido, falta apenas formalização dos acordos – disse Mendonça.
Representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também assinaram acordo ratificando o fim da greve. Assim, além das 18 categorias que aceitaram a proposta por meio da Condsef, nesta noite também fecharam acordo representantes dos policiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Algumas entidades já rejeitaram a proposta de reajuste. Entre os servidores federais que mantêm a greve estão os agentes da Polícia Federal, os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e advogados e defensores públicos federais.
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Maturidade
Segundo o secretário-geral da Condsef, Josemilton Costa, nos próximos dias serão realizadas assembleias estaduais para reportar a decisão aos integrantes do movimento, que ele avaliou como positivo.
Costa disse que o fim da greve não encerra a mobilização das categorias. Os 18 setores deliberaram pela assinatura do acordo, mas isso não significa que a mobilização vai parar.
– Vamos continuar em busca da equalização salarial. A proposta [do governo] ficou distante da nossa pauta, mas temos maturidade para entender que saímos do zero. O espírito da categoria é vitória, mas não vamos parar nossas lutas – disse ao fim da plenária.
Ainda de acordo com o secretário-geral da Condsef, o governo sinalizou que assim que as categorias assinarem o acordo serão abertas imediatamente as negociações para efetuar a reposição e o pagamento dos dias parados.
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