A reação das vítimas em duas tentativas de assaltos em menos de 12 horas em Joinville terminou com três pessoas mortas e uma ferida. Em ambos os casos, o que chama a atenção é a maneira como as vítimas confrontaram os assaltantes, que foram mortos a tiros.
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Na noite de quarta-feira, Felipe Rafael Tavares Lopes, de 26 anos, chegou a assaltar um estabelecimento comercial na rua Rui Barbosa, no bairro Costa e Silva, na zona Norte. Armado, ele ameaçou várias pessoas. Pegou dinheiro do caixa, além de carteiras e pertences dos clientes. Para ir embora, exigiu a chave de um carro, que estava estacionado em frente ao local. Era o veículo do proprietário do estabelecimento, que também armado, saiu em direção ao veículo e atirou várias vezes contra a porta onde estava Felipe, que morreu na hora.
No começo da manhã desta quinta-feira, na zona Sul de Joinville, um caso semelhante movimentou o bairro Fátima. Dois homens estacionaram uma motocicleta na calçada da rua Fátima, ao lado de uma loja de produtos eletrônicos. Os números e as letras da placa da moto foram adulterados para impedir a identificação do veículo por câmeras ou por policiais. Os dois entraram na loja e renderam o dono, os funcionários e dois clientes que estavam no local.
Todos foram levados para os fundos da loja enquanto, armados, os dois tentavam pegar computadores e equipamentos. Num momento de distração, o dono da loja saiu dos fundos atirando contra os assaltantes.
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Segundo um dos clientes que estava no local no momento do assalto, os bandidos chegaram a roubar joias, carteiras e objetos pessoais. Na troca de tiros, um dos assaltantes morreu dentro do estabelecimento. Até a tarde desta quinta-feira, a Polícia Civil ainda não tinha confirmado a identidade dele.
Segundo moradores da região, trata-se de um adolescente com idade entre 14 e 16 anos. O outro assaltante, Camargo Gomes, de 22 anos, ainda correu, atravessou a movimentada rua Fátima e morreu no estacionamento de um restaurante. Ele era conhecido como Camarguinho e havia saído do Presídio Regional de Joinville há pouco mais de três meses. O proprietário do estabelecimento ficou ferido no rosto, mas sem gravidade.
Segundo a mulher dele, que não quis se identificar à reportagem, a loja foi aberta há cerca de seis anos e já havia sido alvo de ladrões pelo menos outras três vezes.
– Da última vez, levaram computadores de clientes e deixaram um prejuízo enorme – disse.
Reação é caso isolado, diz PM
Para o comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Hélio César Puttkammer, as três mortes que ocorreram em menos de 24 horas em Joinville foram situações isoladas. Para ele, quem toma a decisão de reagir a um assalto coloca a própria vida e a vida de outras pessoas em risco.
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– A legislação penal prevê, consagra e autoriza a legítima defesa, mas quando o indivíduo sofre um assalto, ele fica numa situação extrema de vulnerabilidade. É pego de surpresa. Não é recomendável a reação a um roubo – diz o comandante.
De acordo com o policial, nos dois casos, as vítimas poderiam ter se dado mal.
– O desfecho, quando envolve arma de fogo, é muito imprevisível. Felizmente, nestas duas situações, foi bom para as vítimas – diz o comandante.