O Estúdio Santa Catarina, da RBS TV, constatou o livre mercado ilegal de armas e munição na região da fronteira de Santa Catarina com a Argentina.

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A menos de 100 metros de Dionísio Cerqueira, no Extremo-Oeste, na cidade de Bernardo de Irigoyen, é possível comprar pistolas de diversos calibres e entrar no território brasileiro por rotas alternativas, sem nenhuma fiscalização.

O programa exibiu a denúncia na noite deste domingo. Com uma câmera escondida, o repórter Sérgio Guimarães e equipe descobriram que o mercado negro de armas e munição está bem perto do lado catarinense e da aduana.

Num deles, em um mercadinho, embaixo de prateleiras onde estão à mostra produtos de limpeza e de higiene, o vendedor oferece diversos calibres guardados em caixas. Na negociação, ele disponibiliza até mesmo pistola 9 milímetros, de uso exclusivo das Forças Armadas.

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Os dois postos de fiscalização na fronteira, um brasileiro e outro argentino, não intimidam os criminosos. Eles embalam as mercadorias em caixas de alfajor e garantem que a travessia é fácil, sem revista de fiscais. Mesmo assim, aos mais receosos, oferecem a entrega das armas no lado catarinense.

– Entregamos do outro lado. Esses dias eu vendi uma dessa aqui, eu tava com outra calça, tava meio friozinho, coloquei ela no bolso, cruzei com a mão assim, sossegado… – ilustrou o vendedor.

A reportagem mostrou também a movimentação dos cassinos argentinos que atraem à noite os brasileiros, o comércio de combustíveis e os caminhos clandestinos chamados de cabriteiras, um deles na cidade paranaense de Barracão.

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A região de fronteira seca catarinense com a Argentina apresenta 40 quilômetros. A Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal admitiram que a fiscalização é prejudicada pela falta de pessoal. No próximo domingo, o programa mostrará como as autoridades estão atuando e o uso da tecnologia contra o crime.