A RBS TV exibe neste sábado, ao meio-dia, o primeiro episódio do documentário Expedição Leão-Baio, dentro do programa SC em Cena. A produção mostra o trabalho de biólogos preocupados com a preservação da espécie de felino, o maior predador silvestre da Serra Catarinense.

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A região é conhecida pelo conflito envolvendo os leões-baios e animais domésticos. São freqüentes os casos de ataques do felino a criações de ovelhas e bezerros, causando prejuízos aos pecuaristas da região.

Apesar disso, é um animal de difícil visualização. Os encontros com ele geram histórias e lendas conhecidas por boa parte dos moradores locais. O documentário produzido pela Plural Filmes é narrado com o ritmo de aventura que o título supõe, além de mostrar as dificuldades em registrar o animal na natureza.

A expedição tem como ponto de partida o município de Urubici, onde foram entrevistadas pessoas que viram o animal, fazendeiros que perderam rebanhos e pesquisadores do Projeto Leão-Baio, uma das ONGs que trabalham com a preservação do bicho na região. No segundo episódio, que será exibido no dia 2 de agosto, serão mostradas imagens do animal feitas em uma fazenda no município de Campo Belo do Sul.

Que bicho é

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Leão-baio é o nome popular entre moradores do Sul do Brasil para uma espécie conhecida também por onça-parda, suçuarana e puma (nome científico: Puma concolor). Recebe o nome de leão-baio por conta da semelhança com a fêmea do leão africano. Ambos têm uma coloração amarelo-queimado e não possuem jubas, apesar de pertencerem a espécies diferentes.

Os leões-baios são predadores menores: têm até 1,5 metro de comprimento e pesam entre 40 e 80 quilos. Um leão africano passa fácil dos 100 quilos e dos dois metros de comprimento. Estima-se que haja cerca de cem indivíduos da espécie habitando a Serra Catarinense, onde é o maior animal silvestre existente desde a extinção das onças-pintadas na região, na década de 1970.

A população de leões-baios também corre risco de extinção: a espécie está na categoria “vulnerável” da lista produzida pela IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza, na sigla em inglês). Ainda assim, por causa dos prejuízos que seus ataques causam aos pecuaristas da serra, a Polícia Ambiental estima em 20 animais mortos por ano na região.

Duas ONGs locais desenvolvem trabalhos de educação ambiental para a preservação do felino: o Projeto Leão Baio, em Urubici, e o Projeto Puma, em Lages.

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Projeto Puma

A ONG é a pioneira em estudos de lpeão baio no Estado. Foi fundada em 1988 pelo biólogo Marcelo Mazzolli e há quatro anos está em Lages. Trabalha com o monitoramento da população destes animais através de câmeras instaladas em fazendas da região.

Após a captura de um filhote de puma, em julho do ano passado, a ONG pleiteia junto ao Ibama o direito de criá-lo em um cativeiro na sede do Ibama, no município de Painel. Procura ainda parceiros para arcar com as despesas de criação do animal, em torno de R$ 500 por mês.

Projeto Leão-Baio

A ONG fundada em 2001 pelo casal de biólogos Luiz Guilherme Marins de Sá e Camila Castilho fez um mapeamento do conflito entre pumas e animais domésticos no entorno do Parque Nacional de São Joaquim.

Atualmente o casal estuda a genética da população de pumas na região. Através de vestígios dos animais, como pêlos, sangue e fezes, é feito uma comparação de DNA para descobrir o grau de parentesco dos indivíduos encontrados. A pesquisa é importante para saber se uma espécie está preservada. Quanto maior a diferença genética entre seus indivíduos, menos risco ela corre de ser extinta. Os primeiros resultados devem sair em 2009.

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