Um sistema de rastreio de munição que passou a ser utilizado em Santa Catarina em agosto já permitiu à Polícia Científica catarinense identificar dois assassinatos cometidos com uma mesma arma de fogo em Joinville. Dias antes, a tecnologia de análise balística também já havia confirmado que outros dois crimes praticados em cidades diferentes do Norte do estado fizeram uso de um mesmo armamento.
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Trata-se do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), ainda em fase de testes e implementação em Santa Catarina, mas que já atende as forças de segurança de outros estados do país e a Polícia Federal, além de contar com tecnologia utilizada em mais de 80 países.
Ele se utiliza de marcas internas únicas causadas no momento do disparo pela interação das peças de uma arma de fogo com cada munição para reconhecer uma espécie de impressão digital do armamento. A assinatura balística identificada a partir disso fica então registrada em um banco de dados do sistema, que cruza eles automaticamente e alerta os investigadores sobre eventuais correlações.
As informações são da Polícia Científica de Santa Catarina, que tem agora um laboratório de análises balísticas sediado em Joinville para tratar do tema.
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— Com o novo laboratório de análise balística, a Polícia Científica amplia de forma significativa o seu potencial de identificar crimes de mesma autoria ou praticados com a mesma arma — diz a perita-geral catarinense, Andressa Boer Fronza, conforme divulgado pelo governo estadual.
Os peritos criminais do laboratório realizam, fazendo uso de microscópios ópticos, uma microcomparação balística que coleta padrões de cada arma suspeita e confronta isso com elementos das munições achadas no local do crime ou mesmo retiradas de cadáveres.
Os dados são então cruzados com a informações já armazenadas no Sinab, que elenca possíveis crimes correlatos em um ranking probabilístico. Foi assim que a Polícia Científica já reconheceu em duas ocasiões o uso de uma mesma arma em crimes diferentes cometidos no Norte do estado.
— Esses dois resultados confirmam a efetividade da ferramenta para a elucidação dos crimes. Sem dúvida, os dados armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos, e fornecidos pelo Sinab, abrem caminhos para que Santa Catarina alcance números ainda mais expressivos no trabalho da segurança pública — diz o perito-criminal Rafael Franco Zardo, à frente do laboratório de análises balísticas da Polícia Científica catarinense, também conforme divulgou o governo do estado.
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Os dados do Sinab ainda permitem ligar crimes cometidos com uma mesma arma ainda que não haja suspeita anterior ou solicitação de um exame específico para isso. A ferramenta também mantém assinaturas balísticas a nível nacional, o que permite reconhecer crimes correlatos de outros estados.
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