Você sabe a origem das frutas, legumes e verduras que compra nos supermercados e consome semanalmente em casa? Para garantir mais segurança aos consumidores sobre a procedência dos alimentos, os produtores têm cada vez mais utilizado o instrumento da rastreabilidade para que a população possa consultar todo o caminho percorrido pelos alimentos desde o produtor até o ponto de venda.
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O assunto foi apresentado durante um painel na 32ª edição da Exposuper – Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados e Convenção Catarinense de Supermercadistas, que acontece na Expoville, em Joinville. O palestrante Giampaolo Buso, diretor comercial da PariPassu, empresa catarinense especialista em rastreabilidade, apresentou ao público o conceito e as vantagens do instrumento.
Segundo ele, o conceito de rastreabilidade significa ter o registro de todos os passos dos alimentos da produção até a gôndola dos supermercados, incluindo as manipulações e interações ocorridas durante o processo. Para a cadeia produtiva isso possibilita reduzir a produção e distribuição de produtos fora dos padrões exigidos ou de qualidade insatisfatória.
— As frutas, legumes e verduras são diferentes dos produtos industrializados, que têm uma marca. O benefício da rastreabilidade para o consumidor é saber de onde vem o alimento e ter a certeza de que está comendo algo que não faz mal a ele — explica.
Atualmente, 56 supermercados em todo o Brasil – sendo 20 em Santa Catarina – vendem produtos com rastreabilidade. Os alimentos costumam ter um código QR Code em suas embalagens para que o consumidor possa consultar o histórico. O cliente pode usar qualquer aplicativo de leitura do código e ser direcionado para uma página onde constam todas as informações do produto.
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A PariPassu tem o aplicativo Conecta, que faz a leitura dos códigos e ainda pode ser usado pelo consumidor para avaliar a qualidade do produto. A empresa recebe as informações e ainda encaminha para o produtor. A PariPassu é parceira da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) no programa "Rastreabilidade de Alimentos" em todo o Estado.

Confiança entre produtor e consumidor
A apicultora Rislaine Correa da Silva mantém uma produção de mel em Balneário Gaivota, no Sul de Santa Catarina. Ela participa como expositora na Exposuper e já mantém um sistema de rastreabilidade do seu produto para atender à Legislação. No entanto, os dados são mais para o uso dos órgãos fiscalizadores do que para os consumidores.
Com a intenção de dar mais acesso e facilidade aos clientes, Rislaine quer aderir ao conceito da rastreabilidade até o fim do ano. Segundo ela, a maioria das pessoas ainda não tem o conhecimento de que há essa forma de saber a origem e o percurso do alimento. Mesmo assim, ela avalia como importante implementar o QR code na embalagem do mel.
— O mundo gira hoje com base na confiança. Não tenho nada a esconder, então o consumidor pode saber de onde vem o mel que eu produzo e vendo — afirma.
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A ideia também é fidelizar esse cliente pela qualidade e segurança do produto, aumentando as opções de pontos de venda para o mel produzido pela família. Hoje, eles vendem em pequenos comércios de Balneário Gaivota e para empórios de outros estados, como São Paulo e Goiás.
A empresa existe desde 2001, quando a família começou a trabalhar na produção do mel na agricultura familiar. Neste ano, eles colheram 10 mil quilos de mel durante a safra e pretendem entrar em novos pontos de venda, como supermercados maiores do Estado.