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O sotaque até pode fazer você acreditar que Ramon Menezes nasceu no Rio de Janeiro, mas a serenidade e a fala mansa confirmam que o ex-atleta de 44 anos tem as características tipicamente mineiras, justamente o estado onde nasceu. Esta maneira de se comunicar, agora como treinador, não é nada diferente da época em que Ramon atuava nas quatro linhas.
Enquanto atleta, Ramon decidiu várias partidas, vestia a camisa 10 e, frequentemente, carregava a tarja de capitão. Agora, ficará no lado de fora do campo, como figura principal no banco de reservas. A estreia, nesta sexta, às 20h30, contra o Avaí, marcará uma nova era.
Mas o que une o passado e o presente é o senso de responsabilidade de Ramon. Como atleta, não fugia dela na definição de jogos, seja nas cobranças de faltas ou de pênaltis, por exemplo. Desta vez, ele não resolverá em campo, mas assume os desafios de peito aberto, mesmo numa nova função.
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Esta característica do Ramon “técnico de futebol” está evidente desde segunda-feira, quando começou a dar seus primeiros discursos como comandante do JEC. Vez ou outra, a fala mansa carregava a palavra responsabilidade para definir a missão que terá no Tricolor. Ontem, na véspera do jogo contra o Avaí, voltou a citar o substantivo durante a entrevista coletiva.
– O Joinville está me proporcionando um terceiro desafio, me abrindo as portas, assim como me abriu no fim da carreira e como auxiliar. Nas duas, houve conquistas. Lógico que, agora, é um outro momento, com muita responsabilidade, mas aqueles também tiveram muita responsabilidade. Espero começar como uma grande estreia e que o Joinville consiga vencer o jogo – citou.
Ensinamento aos atletas
Ramon também citou a responsabilidade ao avaliar que a equipe, apesar de estar sem confiança, precisa assumi-la para poder vencer. Sinal que talvez este será um dos principais ensinamentos do ex-jogador.
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– Futebol se resume a confiança e um resultado positivo nos trará isso. Mas para que aconteça, equipe precisa organizada e equilibrada. Só assim, vamos saber o fazer dentro do campo. O futebol requer organização, ficar um pouco mais com a bola. É momento difícil, mas temos de assumir a esta responsabilidade – reforçou.
A responsabilidade de Ramon apareceu ainda na escalação da equipe. Em nenhum momento, confirmou ou negou a escalação de atletas no time titular. Com o jeito mineirinho, preferiu apenas comentar, de forma sutil, o que pensa em temos de estilo de jogo. Sinal de que ele tem uma clara noção que, para voltar a vencer no JEC, terá de ser tão (ou mais) responsável do que foi enquanto atleta.