Os equipamentos para exames de raio X instalados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do norte e do sul da Ilha, em Florianópolis, estão quebrados há mais de um ano. Além de prejudicar o diagnóstico correto dos pacientes, a falta dos equipamentos faz com que a população recorra aos hospitais públicos, como o Universitário ou Celso Ramos, contribuindo para a superlotação das alas emergenciais.
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O médico da UPA Sul, no Rio Tavares, Julio Marchi, afirma que o problema pode ter sido causado pela compra de equipamentos defasados que têm difícil manutenção e que, de acordo com relatos de técnicos, talvez não haja conserto.
— O raio X é um equipamento fundamental para nós, porque sem ele corremos o risco de não conseguir fazer o diagnóstico adequado, o que pode colocar em risco a saúde do paciente e causar um processo contra o médico caso o diagnóstico não esteja correto — disse Marchi.
Assim como o Hospital Universitário, as UPAs também sofrem com a falta de profissionais e a sobrecarga de trabalho, o que levou à suspensão parcial do atendimento de portas abertas. Atualmente, as unidades do sul e do norte da Ilha recebem pacientes apenas em caso de urgência e emergência. Caso a situação se mantenha, a perspectiva para a temporada de verão é de ainda mais transtornos à população.
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— A UPA é uma estrutura fundamental para toda a população e precisa de recursos adequados para oferecer o melhor serviço. são milhares de pessoas atendidas todos os meses e, se não fossem as UPAs, hoje teríamos milhares de pessoas recorrendo aos hospitais que já estão superlotados. Do jeito que está, vamos ter um problema sério para o atendimento no verão, já que os turistas também são atendidos gratuitamente — comenta Marchi.
A prefeitura de Florianópolis informa que, a respeito dos equipamentos de raio X das UPAs que não estão em funcionamento, já foi realizada uma licitação para compra de novos equipamentos para as duas unidades. Houve impugnação das empresas vencedoras e o edital foi refeito. Sendo assim, será lançada uma nova licitação para compra dos equipamentos novos.
Impasse no regime de plantões
Além da falta de equipamentos para exames de raio X e da superlotação, as UPAs tiveram o atendimento reduzido após mobilização dos profissionais da saúde contra um projeto de lei que prevê o aumento dos plantões de “forma irresponsável”. O projeto de lei complementar 1.686/17, que tramita na Câmara de Vereadores, prevê jornadas de 12 horas por dia, durante 18 dias do mês, sendo 13 plantões e cinco sobreavisos.
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— O problema principal é a sobrecarga de trabalho, que pode causar adoecimento (dos profissionais) e afastamentos por períodos mais prolongados, sem contar uma série de ações na Justiça que poderão ocorrer por causa de irregularidades na lei, já que ela não prevê a diferença de plantões para quem tem carga horária de 30 horas ou 40 horas — explica Marchi.
Ao longo do semestre, a categoria — além dos médicos, dentistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem e técnicos administrativos — fez questão de afirmar que não é contra a regulamentação dos plantões, mas que ela não pode ser feita de maneira que prejudique os profissionais e, consequentemente, a população.
Como a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores pediu vistas ao projeto, que depois disso ainda deverá ser analisado pelas comissões de Trabalho e Orçamento, a previsão é de que a votação da aprovação (ou não) aconteça somente em 2018.
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