Depois de Elizabeth, o dilúvio. A longevidade inédita da monarca britânica no trono bate nesta quarta-feira o recorde de sua tataravó, a rainha Vitória, que reinou por 63 anos e 216 dias.

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A rainha de 89 anos é a chefe de Estado da Grã-Bretanha e dos domínios da Commonwealth. E, diferentemente de seu primo Juan Carlos I – que abdicou no ano passado ao trono da Espanha em favor do filho, Felipe VI -, da rainha Beatriz da Holanda e do rei Alberto II da Bélgica, nada indica que pretenda permitir a ascensão do primogênito, Charles, à chefia de Estado britânica. Aos 66 anos, o príncipe de Gales continua se preparando para ser rei.

Quatro gerações convivem dentro da família governante. Em segundo lugar na linha de sucessão, o príncipe William, filho de Charles e neto da rainha, ganha nos índices de popularidade desde seu casamento de conto de fadas com a plebeia Kate.

Esses pais modernos e modelo ofereceram ao reino um pequeno príncipe, George, nascido em julho de 2013 e terceiro na linha de sucessão, e uma princesa, Charlote, nascida em maio de 2015 e quarta na linha de sucessão.

– É muito pouco provável que um dia a recém-nascida reine – explica o historiador Robert Jobson.

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Até o momento, e no futuro imediato, é uma gerontocracia.

– Se a rainha viver tanto quanto sua mãe, que morreu aos 101 anos, o príncipe Charles terá 80 quando ascender ao trono – advertiu o professor de política britânica da Universidade Cidade de Londres Robert Hazell, na ocasião do nascimento de George.

– Se o príncipe de Gales, por sua vez, viver até uma idade avançada, William será bastante velho quando for chamado para reinar – afirma Bob Morris, da University College London (UCL).

Andrew Gimson, autor de uma breve história de todos os reis desde 1066, publicada em agosto, deu grande importância ao fato:

– Não creio que a gerontocracia represente um grande perigo. O país é em conjunto mais velho, todos nós vivemos mais anos, e é normal ter um rei mais velho e experiente.

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Alguns poderiam considerar que a rainha tenha cumprido o suficiente sua missão, mas “abdicação” é uma palavra banida em Buckingham desde que o tio de Elizabeth Eduardo VIII renunciou para casar-se com uma divorciada americana e passou a coroa a seu irmão, Jorge VI.

A rainha está bem, mas sua agenda oficial e a de seu marido, o príncipe Philip de Edimburgo, 94 anos, têm minguado. Visitou a Alemanha em junho e irá a Malta em novembro. Mas as jornadas oficiais a terras distantes estão descartadas.