Na véspera de completar um ano de uma das maiores fugas do sistema penitenciário catarinense, quando 28 detentos escaparam do Presídio Regional de Blumenau por um túnel, as portas da nova prisão estavam todas abertas. Ao menos quarta-feira, o dia era de conhecer a Penitenciária Industrial de Blumenau, a mais nova peça de ressocialização do Estado. Todos que estiveram no ato de entrega do prédio comandado pelo governador Raimundo Colombo (PSD) puderam circular pelos corredores, que ainda tinham cheiro de tinta fresca, e conhecer a estrutura, que daqui a pouco mais de um mês será ocupada pelos presos condenados que estão hoje no presídio do Salto Weissbach.

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A fuga em massa de janeiro de 2015 foi, inclusive, o estopim da obra. Seis dias depois de os presos escaparem as máquinas começaram a trabalhar na estrutura que foi entregue quarta-feira, dentro do prazo firmado com o governo do Estado. A unidade será dirigida por Marco Antônio Caldeira, que permanece também como gerente do presídio regional até a chegada de um novo diretor para o local. A penitenciária tem 8,6 mil metros quadrados e 599 vagas.

Os primeiros ocupantes da nova estrutura serão os detentos já condenados que estão atualmente no Presídio Regional de Blumenau e as primeiras transferências devem ocorrer entre 30 e 40 dias. Colombo destacou a importância da nova unidade não apenas para Blumenau, mas para a estrutura carcerária do Estado.

::: Governador Raimundo Colombo entrega prédio da nova Penitenciária Industrial de Blumenau

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::: Veja como será a nova penitenciária

> Entrevista: Raimundo Colombo, governador de SC

Jornal de Santa Catarina: O que esta nova penitenciária representa para a segurança de Santa Catarina?

Raimundo Colombo: Ela tem todo o preparo para cumprir um papel importante de ressocialização do preso. Eles estão aqui para pagar a dívida com a sociedade, mas têm a oportunidade de reconstruir a sua vida. É uma unidade industrial que permite um ganho extraordinário. O Presídio Regional de Blumenau sempre se mostrou um problema grave e essa nova unidade é um avanço.

Santa: E como fica a continuidade das obras do complexo?

Raimundo Colombo: Nós temos as etapas 2 e 3 que vamos começar imediatamente para poder oferecer a substituição da existente, o que já vai melhorar muito com essa, mas são três etapas. Temos agora a concluir algumas etapas, que implica na contratação de pessoas, mas vamos dar continuidade porque o projeto é realmente implantar aqui um novo sistema e eliminar o que está lá.

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Santa: O Estado tem dinheiro para continuar as obras?

Raimundo Colombo: Sim, esses recursos estão programados através do Pacto (programa de investimentos do governo) e os contratos estão firmados e disponíveis para a execução das outras etapas.

Santa: Como trazer a oportunidade de trabalho para esses apenados?

Raimundo Colombo: Temos um sistema que funciona muito bem. Mais de 50% dos detentos já estão trabalhando e aqui em Blumenau há uma procura muito grande por parte das indústrias. Inclusive, depois que completa a pena, o detento tem garantia de emprego por mais um ano, o que permite realmente ele se reinserir na sociedade, na família, com toda a condição de reconstruir a sua vida. Nós já estamos assinando contratos, uma inclusive é a Cremer. Ela vai gerar mil empregos.

Santa: O senhor garante a desativação do presídio atual?

Raimundo Colombo: O projeto é esse, mas são etapas, e quando for concluída a terceira etapa nós poderemos realizar isso.

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