Uma parceria que já dura oito anos estará em discussão na manhã desta segunda-feira na Casa d?Agronômica. O governador Raimundo Colombo (PSD) receberá o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e o ex-senador Jorge Bornhausen para uma conversa sobre os rumos da aliança que governa o Estado há duas gestões.

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O encontro entre os três estava agendado e, segundo o Centro Administrativo, acontece regularmente para análise de cenários. Ganhou peso extra durante a semana passada, quando Luiz Henrique, em entrevista exclusiva ao colunista Moacir Pereira, voltou a enfatizar que o PMDB veta a participação do PP na chapa da reeleição, como pretende o governador.

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Aliados de Colombo afirmam que a postura de Luiz Henrique irritou o governador, que estaria se sentindo pressionado a tomar uma posição. A interlocutores, o pessedista tem se mostrado disposto a enfrentar Luiz Henrique e garantir o compromisso com os pepistas.

– O Luiz Henrique não poderia ter feito em público um veto a uma eleição que não é dele. A eleição é do Colombo – diz um aliado.

O governador já havia declarado no final do ano passado que considera ideal uma chapa com a manutenção de Eduardo Pinho Moreira (PMDB) como vice-governador e a candidatura do deputado estadual Joares Ponticelli (PP) ao Senado. Diante das reações do PMDB, recuou.

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A posição de Luiz Henrique também seria uma forma de forçar Colombo a tomar posição. Durante a pré-convenção do PMDB que decidiu pela continuidade da aliança, a defesa da inclusão do PP na chapa foi caracterizada como uma postura pessoal do deputado estadual Gelson Merisio, presidente estadual do PSD. Colombo ainda não voltou a público para defender a tese, apenas afirmou que a coligação é um processo a ser construído e que conversaria com todas as bancadas que o apoiam na Assembleia Legislativa.

Pinho Moreira também defende que as conversas fiquem claras, já que o período das convenções que vão oficializar as candidaturas está se aproximando. Ele admite que, se Colombo insistir na presença do PP, haverá conflito:

– Aí passaremos a ter um problema verdadeiro. Isso nunca nos foi falado como um fato consumado.

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De olho nessa disputa, os pepistas apenas observam.

– Nós continuamos confiando na palavra do governador e do presidente do PSD, que são as pessoas com quem temos tratado. Sobre o que diz qualquer outra pessoa, não vamos comentar – diz Joares Ponticelli.