A zagueira Rafaelle é uma das jogadoras mais experientes da Seleção Brasileira nesta Copa do Mundo, disputada na Austrália e Nova Zelândia. A atleta vestiu a camisa amarelinha no Mundial de 2015, além de ter participado dos Jogos Olímpicos de 2016 e 2020. Nome constante na lista da técnica Pia Sundhage, Rafaelle também já vestiu a braçadeira de capitã e transmite confiança para a equipe. Em entrevista ao correspondente José Walter, da CBN Floripa, a zagueira destacou a importância do preparo psicológico para a competição.
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— Eu acho que a parte psicológica é bastante importante né? Principalmente, porque a gente tem um grupo com 11 estreantes. São 11 meninas que nunca jogaram Copa do Mundo. Então estar bem psicologicamente e forte para essa competição vai ser determinante para conseguir a vitória — comentou a jogadora.
Para Rafaelle o seu papel, assim como a de outras jogadoras que já disputaram Copas, é o de passar tranquilidade e confiança para as mais jovens. Segundo ela, é possível ver no treino que as estreantes estão muito motivadas e que o grupo é talentoso. Para a zagueira, pessoalmente, é muito bom voltar a vestir a amarelinha.
— É a vontade jogar uma competição que é a mais esperada e a mais disputada na modalidade. Ainda mais ao lado de grandes jogadoras, com esse grupo que tem muito talento. Eu acredito muito que a gente pode conseguir colocar essa estrela no peito — declara.
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Na entrevista, Rafaelle ainda comentou sobre a adaptação ao fuso horário, a preparação física, tática e técnica que a Seleção Brasileira está adotando nesses últimos dias até a estreia. Assista à entrevista completa:
Leia a entrevista na íntegra
Como está a preparação e ansiedade para essa Copa do Mundo?
A gente tá bem ansiosa para a estreia. A gente chegou aqui e está há 11 dias treinando e já se acostou com o fuso horário. O fuso no começo é bem complicado, mas acho que agora já está todo mundo adaptado. Agora a gente já passou bastante do treino físico e está mais na parte técnica e tática. A preparação não diminuiu né? Cada dia mais forte e todo mundo ansioso para esse primeiro jogo, para a estreia na Copa do Mundo.
Você citou o fuso horário, que são 13 horas à frente do Brasil. Como é que foi quando vocês chegaram? Dava sono no meio do dia?
Ah foi complicado, mas a comissão técnica pensou em tudo, até no horário de voo de saída do Brasil. A gente tomando suplementos, como a melatonina para ajudar a dormir. Para ficar acordada mais cafeína. A hora do treino a gente também mudou para ficar acordado, a gente tinha reunião às nove da noite. Então acho que eles pensaram bastante. É difícil no começo né? Ficar acordada na hora em que estava dormindo no Brasil, mas agora já passou. Não tem desculpa mais. É o foco na Copa do Mundo.
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Você jogou a Copa de 2015, em 2019 ficou fora devido uma lesão. Como é para você voltar a jogar uma Copa do Mundo depois de oito anos?
Eu tô muito feliz e muito motivada para essa Copa do Mundo, principalmente depois de oito anos. Já tem um tempinho que eu joguei. Mas eu sempre estive com a seleção brasileira, já joguei duas olimpíadas, então acho que isso não interfere muito. Acho que é a mais a vontade jogar uma competição que é a mais esperada e a mais disputada na modalidade ao lado de grandes jogadoras, ainda mais com esse grupo que tem muito talento. Eu acredito muito que a gente pode conseguir colocar essa estrela no peito.
Você que já tem experiência em Copa e nos clubes em que passou. O que você acha das preparações que a seleção brasileira tem feito? E o que a seleção tem que fazer para chegar bem nos jogos?
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Eu acho que é um equilíbrio. É um equilíbrio de tudo, da parte física, da parte técnica, tática, psicológica. Não adianta a gente só pensar na parte técnica, tática, física e não pensar na parte psicológica. A gente tá bem, está em uma ótima estrutura, tem a liberdade de caminhar… As vezes é difícil falar com a família no Brasil por conta do fuso horário, mas tá todo mundo em contato com os familiares e amigos, todo mundo mandando energia positiva. Mas eu acho que a parte psicológica é bastante importante né? Principalmente, porque a gente tem um grupo que tem 11 estreantes. São 11 meninas que nunca jogaram Copa do Mundo, então a gente estar bem psicologicamente e forte para essa competição vai ser determinante para a gente conseguir a vitória.
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Você citou 11 jogadoras novas no grupo. Como está sendo essa troca com as jogadoras mais jovens, essa troca de experiência?
Eu vejo que isso nem está interferindo nessas jogadoras, por mais que elas ainda estejam na primeira Copa do Mundo, acho que elas têm bastante vontade e elas estão muito motivadas. A gente vê isso bastante nos treinos. Então acho que isso vai interferir pouco. Mas a nossa parte como uma das mais experientes do grupo é tentar passar tranquilidade e confiança no trabalho. Eu acho que a gente tem feito uma boa preparação e a gente vai entrar confiante para essa Copa do Mundo.
Essa semana teve um jogo treino diante da China, em que você marcou um gol, né? Não é comum defensores marcarem gol, mas de vez em quando acontece, né?
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Acontece. No futebol em geral, a bola parada decide muito, esse é um dos grandes fatores. Acaba que sai muitos gols de bola parada. Eu, pela altura também, tenho essa facilidade. Mas o importante é ajudar a seleção, seja evitando gols ou fazendo gols. Mas a gente sempre tem esse gostinho especial, que todo mundo assiste os melhores momentos e a gente acaba aparecendo mais. O importante é ajudar a seleção.
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Teve esse jogo treino, como falei anteriormente, tem mais uma semana de treinamento até a estreia. Mas o que falta para chegar redondinho para a estreia?
A gente tá mais focado na parte tática e técnica. Acho que o grupo tá bem fisicamente e agora a gente está ajustando uns detalhes né? De bola parada, formação tática, de manter o time compacto, a hora de virar a bola, de manter a bola, essas tomadas de decisões que são bem importantes durante os noventa minutos é o que a gente está trabalhando para chegar bem.
Qual mensagem você passa para os brasileiros que vão acordar cedinho para acompanhar aos jogos do Brasil na Copa?
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Eu acho que o Brasil é apaixonado por futebol, independente se é masculino ou feminino. Eu só queria mesmo convidar a torcida a assistir a acompanhar. Essa Copa do Mundo tem revolucionado o mundo inteiro. Todo mundo está com os olhos nela e a gente tem uma grande equipe. A gente tem grandes chances. Então a gente queria pedir a torcida e o apoio da galera do Brasil, da Austrália, do mundo inteiro, que eles assistam a gente e torçam, porque a gente tem grandes chances.