Era sexta-feira, dia 31 de outubro de 2003. A noite estava mais quente do que o normal para a época. A Capital já estava há mais de 48 horas às escuras. E isso com a etapa do mundial de surfe, o WCT, rolando na cidade. As principais feras do esporte na área. Um deles até quase botou fogo no hotel da Praia Mole ao esquecer uma vela (de cera) acesa, mas isso já é outra história.

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Para desespero dos organizadores, a principal noite de balada do evento tinha ido pro beleléu. Não tinha como organizar uma festa sem luz. Foi quando a galerinha se deu conta que, do outro lado da ponte, no Continente, a luz funcionava normalmente. Logo, haveria cerveja… gelada nos bares.

O Recanto das Pedras, um dos mais tradicionais de Itaguaçu, praticamente desapareceu com o mar de gente que foi parar lá. Os carros ocuparam a rua de tal forma que ninguém conseguia passar. As pessoas subiam nas capotas, ligavam som alto, como que tentando exorcizar a urucubaca do apagão. A bagunça era completa. Apesar da confusão, não aconteceu um único incidente.

A festa ao ar livre tomou conta de Itaguaçu e avançou por Coqueiros. O consumo foi tão grande que em poucas horas acabou a bebida. Foi um corre-corre danado entre os bares da região para ver quem tinha engradado para emprestar. Na noite em que o continente bombou, tudo terminou tão repentinamente quanto começou. Mas a energia anda iria demorar mais algumas horas para voltar.

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