Incomodado com a quantidade de papel gasta na impressão de exames de tomografia, o radiologista Giuseppe Valduga Cruz se perguntou: diante de uma realidade em que aplicativos para dispositivos móveis estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, por que não disponibilizar uma alternativa para que dentistas possam avaliar imagens e realizar o diagnóstico do paciente a qualquer hora, na palma da mão?

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Cruz, que também é professor do curso de odontologia da Univille, idealizou uma ferramenta que permite avaliar tomografias (exames que visualizam estruturas anatômicas na forma de cortes) por meio de um iPad.

A solução, explica o especialista, foi pensada principalmente para dentistas especializados em implantes, mas a premissa (analisar resultados de um exame e fazer o diagnóstico com base numa imagem disponível em um dispositivo móvel) poderia valar para qualquer área da odontologia ou da medicina.

Sem conhecimento em programação, Cruz foi atrás de alguém que comprasse a ideia e desenvolvesse a ferramenta. Depois de entrar em contato com três empresas, acabou fechando uma parceria com a IDS Tecnologia, de Belo Horizonte, que aceitou o desafio.

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O aplicativo, batizado de ImplantPad, pode ser encontrado na App Store, com download gratuito. Para utilizá-lo, basta realizar um cadastro. Dentro dele, é possível realizar observações, desenhos e anotações em diferentes cores. Com uma espécie de régua virtual, o usuário pode girar e movimentar a imagem do exame.

Como ela está em alta resolução, o profissional tem condições de fazer um diagnóstico mais preciso do que se o exame estivesse em papel – a impressão, muitas vezes, pode comprometer a qualidade da imagem -, facilitando o planejamento do tratamento, explica Cruz.

O radiologista deixa claro, porém, que o ImplantPad não substitui os softwares de computador que geram as imagens usadas pelos dentistas. O aplicativo, na realidade, apenas abre essas imagens para visualização.

– É um complemento. O principal objetivo é eliminar o uso de papel e permitir que se abra os exames e se faça o diagnóstico de qualquer lugar.

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Lançado em maio, o aplicativo já contabiliza cerca de mil downloads, de mais de 25 países – a maior procura tem vindo dos Estados Unidos e do Canadá.

O radiologista quer, agora, aprimorar a produto com novas funcionalidades, o que ainda está em estudo. Ele pensa em desenvolver uma versão para o iPhone (o tamanho reduzido da tela na comparação com o iPad é um desafio) e, futuramente, dependendo da disponibilidade de recursos, abrir o aplicativo para outros sistemas operacionais.