Ele não gostava do jiu-jitsu e acabou virando campeão mundial na modalidade. Parece algo meio contraditório, mas foi exatamente o que aconteceu com Edgar Guimarães que, aos 33 anos, conquistou no último final de semana pela segunda vez o título mais importante do esporte em todo planeta. Guima, como é chamado, ganhou a medalha de ouro na categoria acima de 100 quilos em São Paulo na terceira participação dele no torneio que é organizada pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Esportivo (CBJJE), uma das entidades nacionais que gerem a modalidade.

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Depois de ser vendedor de picolé e office-boy, aos 21 anos ele começou a praticar o jiu-jitsu – um pouco tarde, como o próprio lutador admite – por pressão de colegas que achavam que, pelo fato de ser alto, poderia se adaptar facilmente ao esporte. Relutou mas, no final das contas acabou cedendo aos pedidos. Algo que anos depois se mostrou como a decisão correta para o atleta.

– Ainda bem que tomei essa decisão que hoje é uma das coisas mais importantes da minha vida. Era contrário ao jiu-jitsu e só porque sou grande (1,92m de altura) o pessoal me incomodava para começar a praticar. Aí, tudo bem, comecei. E desde o início deixei claro que, se fosse para treinar, era para ser um competidor, e não fazer por fazer -conta Guima.

Graças aos resultados, Edgar Guimarães teve mais facilidade na busca por patrocinadores e hoje em dia pode dizer que vive apenas do jiu-jitsu. Novas empresas chegaram para estampar a marca no kimono do blumenauense, mas mesmo assim, Guima conta que o começo requer trabalho, persistência e muita dedicação.

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– Falo por experiência própria das dificuldades que a gente passa para conseguir captar recursos. É um caminho bem árduo porque depende dos resultados e, para isso, às vezes a gente tem que tirar dinheiro do próprio bolso. Não é fácil – pontua.