A possibilidade de uma crise no setor energético pode frustrar de novo as expectativas em torno da recuperação econômica do país e levar o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 abaixo de 3%. Economistas argumentam que o risco de um racionamento afeta a confiança dos empresários e pode atrapalhar ainda mais os investimentos e a produção, que patinaram em 2012.
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O professor da PUC-RJ e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, diz que não tem dúvidas de que a questão da energia vai afetar investimentos e o nível de atividade neste ano. Hoje, a previsão dele para o crescimento do País é de 2,7%. Mas, dependendo da extensão do problema elétrico, pode ir a 2,5%.
A economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências, afirma que a projeção da consultoria é de que o PIB avance 3,2% em 2013.
– Mas, como é razoável avaliar que as térmicas deverão funcionar durante todo o ano, isso poderá diminuir investimentos e a produção industrial, num contexto já repleto de muita incerteza de recuperação do País no curto prazo. Assim, é possível que o PIB cresça menos do que 3% neste ano – disse Alessandra.
Segundo Marcelo Salomon, codiretor de pesquisas para a América Latina do banco Barclays, as expectativas dos empresários sobre a reação da economia brasileira em 2013 pode ser atingida pelo cenário turvo na área de energia.
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– A possibilidade de racionamento está em todas as páginas dos jornais. Esse sinal ruim pode levar a uma redução não só dos investimentos diretos no País, como também dos relacionados a portfólio (ações e renda fixa). O investidor pode resolver aplicar seus recursos no México, por exemplo, onde as perspectivas econômicas no geral são melhores no médio prazo – explica Salomon.
Na avaliação de Alessandra Ribeiro, o perigo real de a alta do PIB do País ficar abaixo de 3% neste ano deve levar o governo a retomar com doses vigorosas medidas fiscais para estimular os investimentos e a produção industrial, elementos fundamentais para impulsionar o PIB.