Um dos nomes mais fortes do PMDB em Itajaí, Eliane Rebello assinou a desfiliação do partido na noite de segunda-feira. Ela e um grupo de cerca de 200 pessoas decidiram deixar o partido após o lançamento da pré-candidatura a prefeito de Volnei Morastoni. Rachado, o partido estava sob intervenção do diretório estadual desde outubro do ano passado, que cancelou as convenções municipais e instaurou o comando temporário por 90 dias.
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Eliane explica que a partir de agora o grupo vai iniciar uma campanha de desfiliação e em breve irá oficializar a ruptura. A expectativa é que a debandada atinja os mil desfiliados, segundo ela.
— O partido está surdo, mudo ou não nos quer. Como não há nenhum movimento para chamar a convenção municipal, vamos buscar um espaço democrático, onde podemos discutir e ser ouvidos — afirma.
De acordo com Eliane, o grupo já recebeu vários convites de partidos, como PDT, PT e PSD. Em 20 dias a intenção é definir o número de desfiliações para dar início a escolha do futuro partido. Há mais de 40 anos no PMDB, Eliane diz que há uma insatisfação municipal e nacional em relação ao partido.
— Saímos por causa dele (Volnei Morastoni), ele acabou virando o interventor do partido, foi uma candidatura super imposta. Eu fui militante, leal, companheira do partido, vivi intensamente minha militância e agora chegou ao fim. Claro que fica uma mágoa pela forma como fui tratada, mas é hora de começar vida nova — completa.
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Sem impacto
O atual presidente do partido em Itajaí, Gaspar Laus, disse que a decisão é uma posição do grupo e que não comentaria o assunto. Laus acredita que a saída de Eliane e seus apoiadores não terá impacto no partido e que a convenção municipal deve ocorrer dentro do prazo legal.
— Não vejo nenhuma modificação com essa decisão deles. O partido está tomando novos rumos, com força total — observa.
“A única lógica é que o partido contrariou os planos dela”
Principal pivô da saída de Eliane Rebello do PMDB, o pré-candidato a prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, diz que há algum tempo ela já anunciava a intenção de sair. O político não vê motivos aparentes para a desfiliação e afirma que Eliane foi intransigente e radical, pois negou qualquer tipo de diálogo desde que ele entrou no partido.
— Ele foi minha vice-prefeita e tivemos alguns problemas na época, mas que foram superados. Foi uma surpresa quando ela começou a adotar essas posições.
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Morastoni admite ainda que não havia mais sintonia com o grupo que saiu e que agora o PMDB deve ir em busca de novas pessoas.
— As siglas não são patrimônio das pessoas e a única explicação lógica é que o partido contrariou os planos que ela tinha de poder ter esse monopólio. Temos que respeitar essa decisão e desejar que sejam bem sucedidos — avalia.