O racha entre delegados da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) e a cúpula da segurança pública no Estado, deflagrado após a exoneração do delegado Cláudio Monteiro do comando da diretoria, na semana passada, teve mais um capítulo na manhã desta quarta-feira.

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Todos os delegados da Deic foram convocados pelo delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D´Ávila, para participar de uma reunião.

O encontro, no gabinete do delegado-geral, no Centro de Florianópolis, durou cerca de uma hora e teve clima tenso. A chefia da Polícia Civil ainda não informou o motivo oficial da reunião.

Delegados ouvidos pelo DC afirmam que foi por causa da entrevista coletiva dada ontem por três delegados da Deic, onde foram reveladas informações sobre o inquérito que apura desvios de peças do complexo administrativo da SSP, em São José, na Grande Florianópolis.

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Nessa entrevista, os delegados lançaram suspeitas sobre autoridades da cúpula da segurança. Agora, os delegados afirmam que estariam proibidos de dar entrevista sob risco de sofrer punição administrativa pela corregedoria.

– É a lei do silêncio na Deic – protestou o presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), Renato Hendges.

O delegado-geral Aldo Pinheiro D’Ávila negou que tenha proibido os delegados de se manifestarem aos jornalistas. Aldo disse que, por uma questão ética, orientou a eles que quem deve falar com a imprensa é o delegado que preside o inquérito.

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No caso que investiga o desvio de peças da SSP, os delegados que presidem o inquérito são Rodrigo Green e Alexandre Carvalho de Oliveira.

Além deles, o delegado Renato Hendges também havia se manifestado ontem na entrevista coletiva na Deic. O delegado Renatão, como é conhecido, preside a Adepol, é titular da divisão Antissequestro da Deic e não atua oficialmente na investigação das peças.