O Primeiro Ministério, como é chamado o grupo responsável por tomar as principais decisões, tem seis das 10 vagas em aberto, revelam fontes de inteligência ouvidas pela reportagem. Por mau comportamento, quatro integrantes foram expulsos. Temendo estar num navio afundando, dois detentos pediram para sair.

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O Primeiro Ministério é o centro de poder da facção. Os integrantes têm voz de comando em qualquer uma das 48 unidades do sistema prisional catarinense. A desidratação começou durante os ataques de novembro. Um vídeo que a facção fez chegar à imprensa, no mesmo mês, no ano passado, mostrava supostas agressões contra detentos. Ocorre que um dos líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC) dentro da penitenciária de São Pedro de Alcântara teve o rosto exibido. Não se sabe o motivo, mas informações interceptadas pelos organismos de inteligência revelam que a atitude foi considerada uma “pisada” pelos criminosos.

O esvaziamento do Primeiro Ministério continuou por problemas no passado de um dos integrantes. Foi descoberto que durante a adolescência ele cometeu um crime sexual. A informação é protegida pelo Juizado da Infância e Juventude, por isso não era de conhecimento da massa carcerária e nem do Departamento de Administração Prisional (Deap). A novidade ejetou o detento do comando do PGC.

Abandono de posto

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Ter roubado e matado uma mulher idosa para levar a bolsa foi suficiente para a exclusão de outro coordenador. A suspeita de revelar informações da organização custou a cabeça de outro líder. As sucessivas saídas causaram dúvidas dentro do próprio Primeiro Ministério. Preocupada com o rumo do PGC, uma dupla deixou os postos de comando.

Além da deserção, alguns alvos dos ataques também são malvistos pelos criminosos. Como ocorreu no dia 31 de janeiro, quando um ônibus pertencente à Apae de Balneário Camboriú foi incendiado.