Líderes peemedebistas apostam que, mais cedo ou mais tarde, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentará um acordo para salvar a própria pele. Desgastado, ele deixaria a presidência da Casa em troca da garantia de manutenção do mandato. Com as manobras no Conselho de Ética, ele vem ganhando tempo e empurrando o processo por quebra de decoro. Mas sabe que, se virar réu na Lava-Jato – o que deve ser julgado em seguida pelo STF –, perderá força até entre os seus comparsas. Aliás, o resultado da disputa pela liderança da bancada do PMDB, marcada para o dia 17, já servirá para medir como está o prestígio do presidente da Casa. Na disputa contra o candidato governista Leonardo Picciani (RJ), Hugo Motta (PB) conta com total apoio de Cunha. Motta, no entanto, vem tentando mostrar independência do padrinho. Se perder o mandato, o presidente fica também sem o foro privilegiado. Cobrados pelos seus eleitores, deputados do PMDB estão voltando das férias torcendo para que Cunha deixe os holofotes.
Continua depois da publicidade
ESPERANDO
A oposição conta com a crise econômica e a volta dos descontentes às ruas para reanimar a tese do impeachment. Lideranças do PSDB na Câmara acreditam que em março o movimento possa ganhar corpo novamente.
LIMPANDO GAVETAS
Antes de deixar o governo, o ministro Luís Inácio Adams (AGU) quer concluir o acordo com as empresas responsáveis pela tragédia de Mariana (MG) para a recuperação da região. Segundo ele, agora estão na fase de discutir as vírgulas.
Continua depois da publicidade
RETIRO
Sumiram os políticos, em especial petistas, dos camarotes do desfile de Carnaval de São Paulo. Eles se dividem entre os que alegam que, com a crise econômica, não há clima para folia e aqueles que preferem mesmo mergulhar até que se esclareçam as dúvidas sobre as relações de Lula com empreiteiras.