1.Roda Viva
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
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Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
2.
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a música de Chico Buarque de Holanda e a imagem de Elifas Andreato retratam um momento em que o país passava por um período de exceção.
Da leitura dos textos 1 e 2, constata-se que o que aproxima as duas obras diz respeito a:
A) A tentativa de desmistificar o jovem como fio condutor de uma mudança necessária Nação recém livre.
B) A presença de metáfora para disfarçar a real intenção das obras, em virtude da presença de censura, o que inviabilizava uma exposição mais direta.
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C) A escassez de liberdade social, advinda da entrada do Brasil, efetivamente, na Guerra Fria, o que gerou a necessidade de se burlar a censura, através de mecanismos metafóricos como uma maneira de esconder a realidade.
D) O exato retrato da realidade, independente da presença ou não da censura a ameaçar o artista.
E) A presença de retrato, direto ou indireto, objetivo ou figurado, de uma época marcada pela repressão.
Resposta:
Gabarito: E
Comentários:
Alternativa A: Incorreta, não há referência alguma à juventude, nos textos, assim à liberdade da Nação.
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Alternativa B: Incorreta, a metáfora está presente no primeiro texto, para driblar a censura
Alternativa C: Incorreta, a metáfora utilizada no texto 2 não visa esconder a realidade, mas sim retratá-la.
Alternativa D: Incorreta, o texto 1 se utiliza da metáfora para burlar a censura, não há o exato retrato da realidade.