Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante ao que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho e de três. Também ali não faltaram as canas, porém duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel.

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A Paixão de Cristo, parte foi de noite sem dormir, parte de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.

O texto acima é do Padre Antônio Vieira e ele estabelece uma relação entre o sofrimento de Cristo e a forma como eram tratados os escravos no período colonial brasileiro. Explorados também eram os índios e os brancos pobres, mas nada se compara à condição de escravo, ser desprovido de liberdade e que pertencia (como coisa) a um ser humano.Em alguns discursos, os jesuítas chegavam a justificar a escravidão.

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Levando em conta a escravidão desenvolvida no Brasil e a relação de jesuítas, índios, colonização, escravos e negros, assinale a alternativa correta:

A) A escravidão se desenvolveu no Brasil em função da inaptidão do índio para o trabalho na lavoura da cana, assim como a sua incapacidade de ser escravos, uma vez que a fuga seria muito comum.

ERRADA: O índio também foi escravizado. O tráfico negreiro era um grande negócio.

B) A vida útil do escravo adulto chegava a 50 anos de trabalho, pois, como o escravo africano era muito caro, havia, por parte de seus proprietários, a preocupação em cuidar bem do escravo pra que ele pudesse sobreviver por mais tempo.

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ERRADA: a vida útil do escravo, na cana, não passava de 10 anos, enquanto na mineração, mal chegava a 5 anos.

C) Os quilombos eram aldeamentos montados por negros e índios com o propósito de acolher escravos idosos abandonados pelos seus senhores e índios vítimas do alcoolismo.

ERRADA: Os quilombos eram montados por negros, mas podiam abrigar índios e a sua função era servir de resistência à escravidão. Os quilombos não foram montados para abrigar negros idosos ou índios alcóolatras, mas sim qualquer um que resistisse à escravidão.

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D) A partir da Independência (1822) do Brasil as pessoas começaram a desenvolver uma consciência antiescravista. Baseado nos ideais iluministas (o pensamento iluminista considerava o homem como a obra mais importante de Deus), muitos achavam que em uma sociedade livre, não havia espaço para a escravidão. Na mesma época (séc. XIX), cresciam as pressões internacionais pelo fim do tráfico negreiro.

CORRETA

E) A presença negra na América começou com a chegada de Cabral que havia trazido 30 negros para dar início ao processo de colonização do Brasil, como atestou Caminha em sua carta do descobrimento. O escravo africano era considerado por muitos como simples mercadoria e a escravidão chegou a ser indispensável para o progresso e prosperidade do país.

ERRADA: Cabral não trouxe negros e nem tão pouco deu início à colonização do Brasil. Caminha não tece comentários a negros em sua carta sobre o Brasil

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