O sonho de ser mãe foi multiplicado por quatro para Andréia Elisa Baldissera, de 36 anos. Moradora de Joinville, a pediatra, junto com seu companheiro, adotaram três crianças, irmãs de sangue, dias após descobrirem a gravidez.
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A decisão começou a ser construída há cinco anos, quando Andréia conheceu o esposo em um aplicativo de relacionamento. O tema “ter filhos” surgiu mesmo antes do encontro presencial. Este era um dos critérios fundamentais para ela, que se viu surpresa ao saber que o homem pensava o mesmo.
Após se relacionarem por um ano, ambos decidiram se casar. A gravidez, inicialmente, foi adiada para o casal viver experiências juntos. Apesar disso, sempre que questionados, a resposta era direta: “Teremos quatro filhos”.
Foi em 2020 que a dupla chegou a conclusão que era o momento de colocar os planos em prática. A ideia de adoção era forte, mas acompanhada pelo desejo de Andréia engravidar.
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— Queríamos viver ambas experiências — destaca a pediatra.
Foi no mesmo ano que a dupla levou os papéis ao Fórum para iniciar o processo de adoção. Entretanto, a ideia foi interrompida após o início da pandemia da Covid-19, o que fez eles desistirem também da gravidez.
Mas, no final de 2020, ambos iniciaram o curso virtual de adoção, passando pelas entrevistas com assistente social e psicólogas. O pedido foi para três crianças, de até 7 anos, podendo ser irmãos.
— O raciocínio foi que a fila de adoção demora. Se a nossa ideia era ter quatro filhos, poderíamos adotar três e isso agilizaria a espera — explica.
A aprovação judicial para o casal adotar filhos aconteceu em 2021, no mesmo período em que Andréia removeu o dispositivo intrauterino (DIU) e já estava vacinada contra o coronavírus.
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Gravidez e adoção: junção de sonhos
Andréia e o companheiro descobriram a gravidez em novembro de 2021. Menos de um mês depois a dupla foi convidada para conhecer três irmãs em uma cidade de Santa Catarina, das quais a mãe biológica perdeu a guarda após trâmites judiciais.
O casal conheceu o trio e no dia seguinte já voltou com as três meninas para Joinville.
Apesar de classificar como uma etapa de adaptação cansativa, a pediatra diz que a chegada das quatro filhas ao mesmo tempo foi positiva. Evitando situações inesperadas para elas.
— Desde o primeiro encontro, as meninas mais velhas sabiam que eu estava grávida e que teriam mais uma irmã. Seria esquisito engravidar depois. Para a nossa filha biológica, se ela tivesse vindo primeiro, seria mais difícil ter que dividir tudo e atenção com mais três crianças — analisa.
Preconceito e responsabilidades
Apesar da alegria com a adoção das três filhas, Andréia lamenta o preconceito com o tema. Para ela, histórias mal-sucedidas ou devolução de crianças geram críticas e comentários negativos.
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— As crianças disponíveis para adoção no Brasil, muitas vezes, estão lá vítimas de maus-tratos, negligência e passaram por um processo traumático de separação da família biológica — crava.

Ao fazer uma adoção, a pediatra ainda destaca ser responsabilidade dos adultos entenderem as crianças e escreverem uma nova história para elas.
— A partir do momento que aceitássemos, elas eram nossas e lidaríamos com tudo que surgisse — pontua.
Dicas para quem pensar em adotar
Para quem pensa em adotar crianças, a pediatra sugere, por primeiro, se informar e tirar dúvidas sobre o assunto. Além disso, é necessário estar de “coração aberto” para a decisão.
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Assim como engravidar, para ela, adotar é uma responsabilidade para a vida toda.
— A gente não “escolhe” filho biológico, mas aceita e lida com tudo que vier — ressalta.
No caso de Andréia, ela celebra que as três meninas adotivas chegaram juntas, são unidas e se fortalecem.
— Elas nunca se sentiram sozinhas, estavam juntas — finaliza.
Fila atual para adoção
Hoje, em Joinville, há 429 famílias habilitadas à adoção e cadastradas nos sistemas de Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo (CUIDA) e Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).
No momento, há cinco crianças disponíveis no sistema de Busca Ativa do Estado.
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