O Diário Catarinense entrevistou os três candidatos à prefeitura de Chapecó. Confira abaixo a entrevista com o candidato Cesar Valduga (PCdoB):
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DC – Porque o PT e o PCdoB não se aliaram desta vez?
Valduga – O PCdoB e o PMDB pensaram um projeto para o município. Não é só pensar em ganhar as eleições, mas principalmente pela governabilidade, para que depois não tenhamos de lotear a prefeitura com cargos. Nossa coligação é enxuta por isso, para que possam sobrar recursos. PCdoB e PMDB se afinaram com o objetivo principal, que é o projeto de governabilidade, mas também enxugar a gestão, diminuir cargos comissionados, dar preferência aos servidores. Isso tem sido uma das principais âncoras dessa composição. É também o nome do meu vice (Gilberto Agnolin), que não vou precisar esconder. Isto já tínhamos acordado há muito tempo. Já tínhamos dado transparência da aliança PCdoB e PMDB.
DC – Para governador, o senhor apoiou o Colombo. Como fica agora que o candidato do governador é o Buligon?
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Valduga – O PCdoB é base aliada do governo. Para nós, esse alinhamento vai ser muito importante para que possamos, tanto do Estado quanto do governo Federal, aportar recursos. É o momento que nós temos de colocar uma cerca na divisa de Chapecó e esquecermos das questões estaduais, das divergências na questão nacional e pensarmos na população de Chapecó.
DC – Mas o PMDB está se afastando do governo do Estado…
Valduga- As coligações são diferentes em diversos municípios. Depende da realidade do município. O mais importante nesse momento é o projeto para Chapecó. Enquanto deputado estadual, sempre prezei pelas questões pontuais que defendi. Como prefeito, vou procurar ser um gestor com a mente aberta para fazer a diferença.
DC – Os partidos não estão com o vermelho à flor da pele nas propagandas.
Valduga- Na minha caminhada política, meu material sempre foi verde e branco. Não é de agora, sempre foi. Vim de um programa social chamado Verde-Vida. O verde sempre foi uma marca. É uma característica nossa, não pelas questões nacionais.
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DC – Há duas candidaturas de oposição, alinhadas à esquerda. O que o diferencia da candidata Luciane Carminatti?
Valduga – O que diferencia eu e o Gilberto é que construímos um projeto que não foi sonhando só, mas com a população chapecoense, moradores, setor produtivo. Queremos fazer uma gestão que seja do bairro para o Centro.
Qual será sua prioridade?
Valduga – Sem o econômico não se faz o social. Precisamos avançar no desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda. Olhando a questão da competitividade. Atrair mais empresas para o município a partir também do nosso aeroporto, pelo qual estou trabalhando há muito tempo para a modernização. E também prepará-lo para que no futuro tenhamos um aeroporto de cargas.
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DC – Por que não se agiliza a ampliação do aeroporto?
Valduga – Para poder modernizar nós precisamos urgentemente desapropriar uma área de terra de mais de 200 mil m². Com o trabalho que fizemos com o governo do Estado, em fevereiro o Estado assumiu o compromisso de desapropriação dessa área. Agora o município precisa efetivar essas desapropriações, fazer as indenizações.
DC – Como reduzir a desigualdade social?
Valduga – Chapecó gasta mais de R$ 16 milhões por ano para levar nossos resíduos ao município de Saudades. Queremos dar o destino aqui em Chapecó e economizar metade desses recursos. Parte desses resíduos podem ser reciclados, gerar emprego e renda. Virou uma moeda social. Começa pela educação ambiental, vamos fazer em todas as escolas. Queremos criar a associação dos recicladores, oferecendo condições que o transporte seja feito por caminhões em vez de carrocinhas.
Qual o plano para a criação ou ampliação dos parques existentes?
Valduga – Os parques e praças estão abandonados, temos de revitalizar as praças existentes e construir novas. Olha o Lajeado São José, está praticamente destruído. Precisamos urgentemente construir em Chapecó um parque ambiental.
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DC – Como deputado o senhor pleiteou uma Delegacia de Homicídios para a cidade. Como prefeito, o que pretende fazer?
Valduga – Segurança pública também é responsabilidade do município. Queremos criar um centro de inteligência para a segurança no município. Não é só ter mais policiais, mas mais programas sociais, dar oportunidade ao jovem. Uma forma de trabalhar a prevenção. Parceria com o Estado, entidades locais. Chapecó tem 53 bairros, mas temos apenas 42 guardas municipais. Queremos criar o fundo municipal da segurança, aumentando o número de guardas municipais. Chapecó está escurecida, a iluminação pública é precária. Mais câmeras de segurança. No centro de inteligência queremos envolver PM, Polícia Civil, vigilantes.
DC – A Câmara Especial Regional corre risco de ser fechada. Como deputado o senhor se movimentou pela permanência da Câmara?
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Valduga – Chapecó tem perdido muito com essas instituições que vão embora. O prefeito tem de estar atento e ser um articulador, um animador para que essas coisas não venham a acontecer. Juntamente com OAB, o setor produtivo, movimentos sociais, movimento sindical do município, nos fortalecemos.
O que pode ser feito pela mobilidade urbana?
Valduga – É uma grande deficiência do município. O transporte coletivo está em estado precário desde 2012, que venceu o contrato e ainda não se fez uma nova licitação. O prefeito tentou por diversas vezes, mas foi impedido pela Justiça. Em um certo momento fez uma contratação sem uma licitação pública. Fez uma concessão sem a licitação. Depois fizeram licitações, todas elas irregulares. Deixaram de ouvir a população. Queremos colocar nosso apreço ao novo projeto de mobilidade urbana que foi construído e tem de ser executado, virou lei. Queremos ter mais empresas que façam o transporte para que não vire monopólio. Os corredores de ônibus, grande parte ainda não está pavimentada. Não queremos fazer tapete, queremos fazer asfalto reativando nossa usina de pavimentação. Tem capacidade para fazer dois quilômetros por dia. Temos condições de fazer asfalto 30% mais barato e com qualidade.
Nuvem de palavras do candidato