Pela primeira vez da história, os Estados Unidos não terminaram na liderança do quadro de medalhas do Mundial, neste domingo, em Pequim, ficando apenas em terceiro lugar, atrás do Quênia, que estendeu o domínio além do fundo e meio-fundo, e da Jamaica, que humilhou os americanos nas provas de velocidade.
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Quênia e Jamaica somam sete medalhas de ouro cada, mas os africanos levam a melhor por ter um número maior de pratas (6 a 2).
Os americanos tiveram o maior total de pódios (18 contra 16 do Quênia e 12 da Jamaica), mas conseguiram ‘apenas’ seis títulos mundiais na capital chinesa.
Quem garantiu a liderança do Quênia foi Asbel Kiprop, que se sagrou tricampeão dos 1500 m, na frente do compatriota Elijah Manangoi.
Mas o que fez a diferença foram as medalhas de ouro em modalidades nas quais o atletismo queniano costumava ter menos tradição, como o lançamento de dardo, com Julius Yego, e Nicholas Bett nos 400 m com barreiras.
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A grande campanha do Quênia, porém foi manchada por dois casos de doping, com Koki Manunga (400 m com barreiras) e Joyce Zakary (400 m) suspensas por terem sido flagradas em exames realizados no hotel, antes da competição.
Por ironia do destino, a maratona, que tradicionalmente é dominada pelos quenianos, teve apenas uma atleta do país no pódio, Helah Kiprop, que teve que se contentar com a prata, neste domingo, numa prova vencida pela etíope Mare Dibaba.
Na semana passada, no masculino, os maratonistas do Quênia saíram de mãos abanando.
– EUA x Jamaica no revezamento –
A Etiópia fez bonito neste último dia do Mundial, já que, além do ouro maratona feminina, colocou três atletas no pódio dos 1500 m.
O título foi para Almaz Ayana, que bateu o recorde do campeonato (14:26.83) com uma arrancada sensacional a duas voltas do fim e frustrou o sonho da estrela Genzebe Dibaba, que ficou com o bronze, enquanto tentava se tornar a primeira mulher da história a vencer os 1500 m e 5000 m no Mundial.
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Campeã dos 1500 m na terça-feira, Genzebe não estava a 100% por sentir dores no pé esquerdo.
Além do ouro de Kiprop no 1500 m masculino, a prova que serviu de tira-teima para a briga pelo topo no quadro de medalhas foi o revezamento 4×400 m.
Os Estados Unidos precisavam vencer no masculino e no feminino para terminar na liderança, e foram as mulheres jamaicanas que derrubaram a hegemonia americana.
Campeã mundial da prova individual dos 400 m na quinta-feira, Allyson fez uma volta incrível para colar o revezamento americano na liderança na última passagem de bastão, mas Novlene Williams-Mills utrapassou Francena McCorory nos metros finais para dar a vitória a Jamaica.
No masculino, os jamaicanos quase aprontaram de novo, de apenas 20 anos, foi para o tudo ou nada com uma arrancada impressionante, chegou a liderar a prova, mas cansou na reta final e ficou fora do pódio, deixando o experiente Lashawn Merrit confirmar o favoritismo dos Estados Unidos.
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Placar final: 3-1 para a Jamaica, com as duas vitórias dos revezamentos 4×100 m, das estrelas Usain Bolt e Shelly-Ann Fraser-Pryce.
– Emoção no salto em altura –
No lançamento de dardo, o ouro foi para a alemã Kathrina Molitor.
Uma das disputas mais emocionantes do dia foi no salto em altura, quando três atletas passaram o sarrafo de 2,33 m na primeira tentativa, e precisaram disputar uma rodada de desempate, após todos falharem a 2,36 m.
O canadense Derek Drouin foi o único a alcançar 2,34 m, deixando o chinês Guowei Zhang e o ucraniano Bohdan Bondarenko com a prata.
Favorito da prova, o catariano Mutaz Bashim também passou 2,33 m na primeira tentativa, mas ficou na beira do pódio por conta de uma falha a 2,29 m.
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Sem atletas disputando finais na sessão noturna deste domingo, o Brasil encerrou sua campanha com uma medalha de prata, conquistada por Fabiana Murer no salto com vara.
O balanço é melhor do que na última edição, em Moscou-2013, quando nenhum atleta do país subiu ao pódio, mas não deixa de ser preocupante a um ano dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
* AFP