Comerciantes do bairro Estreito, em Florianópolis, realizaram um protesto na manhã de sexta-feira na Rua General Liberato Bittencourt contra o aumento de 20% nos arrombamentos, segundo a Polícia Civil, e a falta da presença da Polícia Militar na comunidade. Durante 15 minutos, o trecho entre as ruas Olavo Bilac e Aracy Vaz Calado foi fechado para os veículos em forma de protesto. Eles questionam quem será a próxima vítima dos furtos durante as madrugadas.
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O Estreito é um bairro do Continente que mescla grandes condomínios e prédios residenciais com uma muitas opções de comércio. São desde pequenas lojas até grandes empreendimentos.
Na última terça-feira, uma loja de confecção infantil na Rua General Liberato Bittencourt foi furtada. Um casal derrubou as grades e a porta de vidro dando marcha à ré no automóvel que conduziam. A ação da dupla foi rápida e gerou prejuízo de R$ 30 mil em um minuto.
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– Foi o terceiro arrombamento desde o final de novembro. Na segunda ocorrência, os policiais estiveram aqui e nem desceram do carro. Ainda não consegui abrir a loja depois do último furto no dia 5 – lamentou a comerciante Francine Aparecida de Faria, 29 anos, que está grávida de nove meses.
Para voltar ao trabalho, Francine vai gradear a loja e colocar barras de ferro na vaga de estacionamento. Enquanto isso, a loja deixa de lucrar e a única funcionária também perde a comissão.
– Com o movimento péssimo teremos que trabalhar muito para recuperar os prejuízos – concluiu a comerciante que trabalha no local há três anos.
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Mesmo durante a manifestação, a Polícia Militar também não estava presente.
Comerciante contrata segurança para a madrugada
Após o 8º arrombamento em sua loja de confecção, a comerciante Marli Rabello, de 53 anos, tomou uma atitude drástica. Ao invés de contratar mais uma vendedora, ela foi obrigada a dar emprego a um segurança.
– Somente no ano passado foram três ocorrências e mais de R$ 50 mil de prejuízo. Percebi que não dá para esperar e contratei um segurança para trabalhar no período noturno – revelou.
Marli tem o comércio no Estreito há cinco anos.
Aumento de 20% nas ocorrências
O delegado Pedro Fernandes, do 3º DP da Capital, informou que desde o período de Natal as ocorrências de furto e de assalto na região aumentaram em 20%. Ele justificou o aumento da criminalidade pela repressão policial ao tráfico de drogas e pelo indulto aos presos.
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– Infelizmente, registramos um aumento dos arrombamentos e assaltos contra residências e comércios naquela região. Temos investigações em andamento, mas a falta de qualidade de algumas câmeras não contribui para o nosso trabalho – comentou.
A Polícia Militar informou, por meio do major Aires Volnei Pilonetto, que está empreendendo ações para conter os crimes de furto no bairro Estreito. A corporação não reconhece o aumento das ocorrências.
– Percebemos que 80 % das pessoas detidas têm antecedentes criminais e voltam a reincidir – lamentou o major.
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