Criar algum produto ou encontrar uma solução diferente — e eficaz — para determinado problema pode resultar em mudanças expressivas na sociedade. Seja pelo desejo de empreender ou pela genuína vontade de ajudar o próximo, a criatividade aliada ao espírito de solidariedade vira um dos principais motores para girar as engrenagens do bem-estar social e da própria economia, a depender do objetivo traçado.
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Na maior cidade do Vale do Itajaí, três projetos se destacaram nessa missão e, por isso, foram escolhidos como os finalistas do Prêmio Viva Blumenau 2024 na categoria Inovação.
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O primeiro deles atua na revitalização de casas onde famílias vivem em situação de vulnerabilidade social. O principal material usado é a caixa de leite que, por mais que pareça um item dispensável, acaba sendo útil para manter a sensação térmica das residências, tanto nos dias quentes, quanto nos frios.
Desde 2021, a ação denominada “Bella Social” já transformou mais de 60 casas em Blumenau, Lages e Anita Garibaldi. O método é bem simples: as caixinhas são fixadas com grampos, recebem camadas de cola e, depois, são revestidas com tecidos de parede, fornecidos pela própria Blumenauense Bella Janela, responsável pelo projeto.
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— Toda casa é diferente. E eu até fico emocionada só de lembrar porque tu vê a pessoa, quando ela entra, a felicidade em dizer: “é minha casa, eu não imaginava que ficaria assim”. Então na hora de escolher os tecidos de parede, eu faço com bastante carinho para que quando ela entre no quarto de uma criança, do casal ou na sala, se sinta aconchegada — conta a Coordenadora do projeto, Liliane Trevizol.
A iniciativa é contínua e conta com voluntários que se reúnem sempre às sextas-feiras. Além de melhorar as condições de habitação, o projeto tem, ainda, um viés sustentável, já que em apenas uma residência podem ser colocadas de 3,5 mil a 5 mil caixas que deixam de ser descartadas no meio ambiente e que levariam cerca de 100 anos para se decompor.
— Tu vê o quanto as pessoas precisam e, por isso, quer ajudar. Não só na parte do meu trabalho, mas isso te motiva a dizer: “eu posso ajudar”. Então por que não dar a mão à essas pessoas que realmente precisam? É Esse carinho de poder abraçar e ver que as pessoas se sentem bem. Assim como eu tenho a minha casa, volto e estou feliz lá, eu gostaria que todo mundo se sentisse assim — ressalta Liliane.
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Instituto Gene
Há 27 anos no ramo, uma instituição sem fins lucrativos promove conexão entre empresas e investidores que querem empreender. O trabalho do chamado “Instituto Gene” abrange três eixos principais: a gestão do Centro de Inovação Blumenau, o Programa de Incubação de Empresas e um Escritório de Negócios.
Atualmente, há 14 startups em parceria com a Prefeitura de Blumenau, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina e o Sebrae, que oferece capacitação, acompanhamento e mentoria aos interessados.
— Uma das principais atividades que executamos aqui para receber as demandas da comunidade é o Tallshop. Ou seja, você tem algum problema, ideia e quer transforma isso em um negócio, traga isso para cá. Isso pode ser presencialmente ou virtualmente, mas nós vamos buscar uma solução para o problema. Desde a criação do projeto, já passaram 250 ideias pelo instituto. Dessas, algo entorno de 40% foram transformadas efetivamente em negócios — conta o presidente do instituto, Udo Schroeder.
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No Centro de Inovação Blumenau, por exemplo, há um hub onde empresas e profissionais podem explorar oportunidades de negócios e atuar nos 11 municípios da região do Vale Europeu. Outra área do instituto é o Escritório de Projetos, responsável por serviços de gestão para inciativas públicas e privadas. A atuação vai desde a fase de análise e avaliação de editais a acompanhamento e prestação de contas.
— A gente pensa o negócio desde antes de abrir o CNPJ para que ele nasça de forma sadia e robusta. O Sebrae, inclusive, tem alguns números que falam que algo em torno de 70% das empresas novas acabam falindo antes dos três primeiros anos de atuação. E com a incubadora bem estruturada, esse índice cai para baixo de 30% de mortalidade das empresas criadas — finaliza Udo.
Sorvete saudável
As receitas da Roomys, empresa blumenauense, são feitas a base de plantas e com uma fórmula que garante a cremosidade característica do produto — só que de um jeito nutritivo e saboroso. O sorvete não leva leite e nem gordura hidrogenada e, hoje, já conta com uma linha de oito sabores, do chocolate ao Pistache, que abastecem pontos de vendas em 14 estados.
A produção é praticamente toda automatizada.
— A gente costuma dizer que transformamos o “simples” em algo extraordinário. Os nossos sorvetes são sem glúten, sem leite, sem aromatizantes, corantes e sem aqueles produtos químicos que não sabemos o nome. É um sorvete muito inclusivo, para todos. E claro, tudo aliado a muito sabor. Então aqui a gente preza pelo sabor e pela saudabilidade, juntos, além de muita cremosidade também — explica a empreendedora Lidiane Barbosa.
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Apesar de a empresa ter apenas dois anos, Lidiane já trabalhava na indústria alimentícia há muito mais tempo, mas não entedia nada de sorvetes. Por isso, precisou estudar e se reinventar na Itália. Ao voltar para o Brasil, chegou cheia de ideias inovadoras.
Por aqui, o grande desafio foi procurar no mercado matérias-primas que garantissem a cremosidade do sorvete e que fossem saudáveis. Para se ter uma ideia, dentro de um pequeno pote de 250ml, por exemplo, há 42% de proteína que devem ser consumidas no dia.
— E qual o experiencial? Por que o sorvete é saudável? Quem compra, compra para quê e por quê? Ser gostoso é primordial. Então tem que ter muito sabor. A gente começou para um público muito nichado, para aquele que não pode consumir glúten, leite, para crianças. Hoje temos um público muito grande de crianças que, quando tomaram sorvete pela primeira vez, foi o nosso. Além de ser muito bom para idosos também porque é fonte de proteína, com alto teor de fibras, BCAA, glutamina, triptofano. Então eu acho que o grande diferencial se concentra nisso — finaliza Lidiane.
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Como votar no projeto favorito
A iniciativa da NSC faz parte do Movimento Viva Blumenau, que, em 2024, completa 10 anos e tem como objetivo valorizar aqueles que transformam a cidade em um lugar melhor. Desta vez, o prêmio conta com novas categorias para abranger ainda mais áreas, contemplando também Inovação, Educação e Meio Ambiente, além das já conhecidas categorias Social, Esporte, Cultura e Blumenauense do Ano. Confira quem são os finalistas de cada uma delas aqui.
A votação deve ser feita pelo g1 até 14 de junho. Durante esse período, reportagens especiais sobre as iniciativas serão transmitidas no Jornal do Almoço. Já na rádio Atlântida Blumenau todos os projetos participarão de entrevistas ao vivo no Cafezão da Tarde.
Ao todo, 21 iniciativas serão homenageadas até junho, mês em que também está programado o evento para premiar os vencedores de cada área.
*Com informações de Luis Fernando Machado, da NSC TV
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