Muito além do bem-estar, o esporte virou uma ferramenta de transformação na vida de catarinenses que decidiram se dedicar a diferentes modalidades através de projetos sociais. Em Blumenau, atletas têm se destacado Brasil afora pela persistência e coragem para alcançar um propósito, seja acertando uma bola dentro da cesta, unindo ritmo à flexibilidade ou correndo o mais rápido possível.

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Independentemente do objetivo, o resultado é o mesmo para pelo menos três iniciativas da maior cidade do Vale do Itajaí: mais importante do que a medalha ou colocação conquistada, a recompensa mais valiosa está na evolução enquanto ser humano.

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Desde 1977, o projeto Basquete Feminino Blumenau representa muito mais do que um time profissional que disputa a liga brasileira. Isso porque o principal objetivo da iniciativa é o trabalho social, visando não formar apenas atletas como também boas cidadãs.

O Clube Vasto Verde é a casa da equipe que, até 2016, também deu nome ao time. Em 47 anos de história, já foram alcançadas 23 conquistas apenas nos Jogos Abertos de Santa Catarina, além de outras vitórias nos Campeonatos Estadual e Sul Brasileiro.

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— Nós somos a única modalidade do Estado a bater o recorde de 12 vezes consecutivas como campeã dos Jogos Abertos. Em Campeonatos Sub-Brasileiros, Nacionais, época onde Paulo e Hortência jogavam, já existia esse trabalho aqui. Então, o trabalho foi se consolidando daquele ano até então — conta a treinadora, Bruna Rodrigues.

Atualmente sete escolas de Blumenau estão envolvidas com o basquete feminino. Junto às categorias Sub-12, Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-19, Sub-22 e Sub-23, há também a equipe adulta, que joga os campeonatos estaduais, sul-brasileiros e as copas de Santa Catarina.

Desde o início do ano, o time conta com a equipe profissional que disputa o campeonato brasileiro.

— Ano passado nós conseguimos atingir sete escolas, mais ou menos 300 crianças. E para a gente foi muito bom porque o nosso viés é voltado para o social. Desde sempre, o olhar nunca foi para o adulto. O adulto é a consequência do trabalho feito lá, desde o início, né? E a gente quer que essa semente seja muito bem plantada para que essas meninas cheguem no adulto. Eu acho que o esporte tira a criança de todas as coisas que podem levar para outros caminhos. Eu vejo que, junto com a educação, o esporte está atrelado a coisas boas — finaliza Bruna.

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Ginástica feminina

Concentração, flexibilidade nos passos e muito ritmo. Há 18 anos a Associação Ginástica Rítmica de Blumenau (Agin) forma talentos e oferece um olhar diferenciado ao futuro das meninas que dividem o dia entre os treinos e as aulas na escola.

A fundadora do projeto sem fins lucrativos é Priscila Hostin, que criou uma relação com o esporte bem antes da associação. Hoje, são trinta anos trabalhando na formação de novas atletas na cidade.

— Criar a associação é um amor que eu tenho pela ginástica rítmica. Eu fui ginasta por pouco tempo, mas logo surgiu e cresceu esse amor com relação à modalidade e também às crianças. Eu amo muito ensinar e estar todos os dias com elas. E é realmente é um convívio muito grande, são muitas horas de treinamento que nós temos por dia — conta a presidente da Agin, Priscila.

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E essas meninas começam na modalidade muito cedo. Na escolinha de iniciação há crianças a partir dos três anos de idade. No total, a Associação Ginástica Rítmica de Blumenau conta com 170 crianças e jovens que treinam na sede do Clube Ipiranga, sendo que 60 fazem parte das equipes de rendimento, que participam de campeonatos estaduais e nacionais.

Além disso, em quase duas décadas promovendo o esporte na cidade, a associação é destaque com ginastas que compõem a Seleção Brasileira. Um desses títulos foi o de campeã Juvenil, com a Seleção Brasileira de Conjunto, no Pan-americano de Ginástica Rítmica, no Rio de Janeiro, em 2021.

— Elas treinam muitas horas por dia. E tem ainda o estudo que as meninas precisam estar acompanhando muito bem, com notas boas, até por faltar muito na aula. Muitas vezes tem competições, então elas precisam conciliar as duas coisas, já que o estudo é muito importante na vida de qualquer criança. E acredito que esse seja o caminho. Além de criar grandes ginastas, se tornam também grandes seres humanos. É onde elas aprendem a não desistir, é onde insistem, persistem muitas vezes no erro e aprendem a lidar com isso. Elas aprendem para a vida — ressalta Priscila.

Paratleta José Alexandre

O treino é puxado e não por acaso. José Alexandre é o maior paratleta da história de Blumenau. No ano passado, o jovem de apenas 20 anos conquistou duas medalhas no Mundial Paralímpico de Atletismo, em Paris, na França. Após o bronze nos 400 metros, o atleta ainda trouxe para casa a medalha de prata nos 100 metros.

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O atletismo entrou na vida dele aos 12 anos de idade e, hoje, ele enxerga a oportunidade como uma forma de inspirar outros garotos com deficiência a se revelarem na modalidade.

— Quando era menor, eu me espelhava em grandes atletas. Na época tinha Usain Bolt, além de Petrus Ferreira, com quem eu divido a seleção hoje, e Yohan Santos do Nascimento, que eram atletas da seleção brasileira da minha classe, do Atletismo Paralímpico. Eu via eles como referência e hoje eu tento seguir essa mesma linhagem, de ser uma referência de verdade para as crianças, não só dentro das pistas, mas fora também. Com 20 anos já tenho essa responsabilidade em mãos e eu fico muito grato em poder inspirar porque isso não tem preço — ressalta José Alexandre.

E ainda há muito caminho a ser percorrido na trajetória do jovem atleta blumenauense, que já conquistou o espaço dele no mundo. O objetivo agora é a busca por índice para disputar a Paralímpiada em setembro, na capital francesa. E, se depender do esforço dele, Blumenau continuará como uma referência no paratletismo.

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— Blumenau já é referência para muitos. Quando a gente vai para uma competição, um campeonato brasileiro, a gente sempre ganha elogios pelo nosso trabalho aqui, a gente faz atletas chegarem ao alto nível, ao alto rendimento. Isso para nós só mostra o quão bom está sendo o nosso trabalho e que está dando certo, graças à Deus — finaliza.

Como votar no projeto favorito

A iniciativa da NSC faz parte do Movimento Viva Blumenau, que, em 2024, completa 10 anos e tem como objetivo valorizar aqueles que transformam a cidade em um lugar melhor. Desta vez, o prêmio conta com novas categorias para abranger ainda mais áreas, contemplando também Inovação, Educação e Meio Ambiente, além das já conhecidas categorias Social, Esporte, Cultura e Blumenauense do Ano. Confira quem são os finalistas de cada uma delas aqui.

votação deve ser feita pelo g1 até 14 de junho. Durante esse período, reportagens especiais sobre as iniciativas serão transmitidas no Jornal do Almoço. Já na rádio Atlântida Blumenau todos os projetos participarão de entrevistas ao vivo no Cafezão da Tarde.

Ao todo, 21 iniciativas serão homenageadas até junho, mês em que também está programado o evento para premiar os vencedores de cada área.

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*Com informações de Luis Fernando Machado, da NSC TV

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