Interação, disciplina e espírito de coletividade. Esses são apenas alguns dos aprendizados que o esporte é capaz de proporcionar aos atletas dentro de uma quadra, campo de futebol ou piscina, por exemplo. Em mais esta categoria do prêmio Viva Blumenau 2023, os finalistas mostram que a prática vai muito além de um exercício físico. Isso porque nos projetos liderados por essas personalidades, fala-se ainda da importância da inclusão, solidariedade e do trabalho voluntário nesse meio.

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É a partir disso que eles defendem o esporte, também, como um formador de cidadãos para a vida.

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Em mais de 40 anos de história, a Associação Professor Artur Novaes (Apan) foi responsável por preparar aproximadamente 3 mil atletas e transformar a cidade com a inclusão do voleibol na rotina dos jovens blumenauenses. Hoje, o projeto que começou em uma quadra de cimento dentro da Escola Barão, já participa de todas as competições a nível estadual, com jogadores sub-15, 17 e 19.

O diretor técnico da Apan, Sandro Bonat de Mello, conta que o clube busca trabalhar com técnicos qualificados e infraestrutura adequada para auxiliar ainda mais os atletas, junto a preparação física, fisioterapia e assistência médica.

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Sub-19 em quadra (Foto: Raphael Guilherme Moser, Divulgação)

Em 2022, mais de 200 jovens de todas as partes do Estado vieram até Blumenau para uma peneira. Isso porque o projeto tem uma força que atravessa, inclusive, as fronteiras da cidade. Até hoje, a Apan já ultrpassou a marca de 10 participações na Superliga Adulta, sendo que mais de 30 atletas foram para a seleção brasileira e outros 150 jogadores disputam competições estaduais e nacionais.

— Motivo de orgulho, né, ter essa representatividade, essa notoriedade dentro do voleibol. A gente forma esses atletas desde muito pequenos e, é claro, se vierem a se tornar profissionais, ótimo. Mas, se não vierem, que sejam bons cidadãos — ressalta Mello.

O projeto ainda conta com núcleos dentro de escolas da região para levar o voleibol até os jovens. Através de uma parceria com a Secretaria de Educação, o clube consegue incluir o esporte na rotina dos alunos e formar ainda mais atletas na modalidade.

— A gente fornece materiais esportivos para que isso possa acontecer e também a capacitação técnica para os técnicos exercerem bem suas profissões de formação — explica o diretor da Apan.

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Incentivo e solidariedade

Entre arremessos e dribles, jovens blumenauenses também fazem parte de uma iniciativa que abraça a solidariedade. Criado em 2017, o Basquete Social do Boa Vista começou com seis participantes. Antes da pandemia de Covid-19 chegou a ter mais de 30 e, hoje, conta com 16 alunos – todos moradores do bairro de mesmo nome que o projeto.

— Tinha umas crianças ociosas no bairro e elas estavam brincando, batendo bola 22h, andando na rua. Daí a minha esposa e eu vimos essa situação e a gente pensou: não, temos que fazer alguma coisa para tirar essa “gurizada” da rua. Aí a gente começou o projeto de basquete — conta Leonardo Friese, idealizador da iniciativa.

Ele também explica que usa o horário de intervalo do almoço no trabalho para conseguir reunir os jovens e passar as atividades. A ação é voluntária, com aulas em quatro dias da semana. Para participar e continuar no projeto, Friese exige disciplina e faz o acompanhamento escolar de cada atleta.

Aula no projeto Basquete Social do Boa Vista (Foto: Ana Cristina Machado)

Desde o início, já acumulou histórias para contar. Relembra que, nos Jogos Estudantis da Primavera de Blumenau de 2022, três atletas que fazem parte da iniciativa foram medalhistas. Alguns jovens até já acabaram convocados para a Seleção Catarinense de basquete, enquanto outros ganharam bolsas de estudo em escolas particulares graças ao esporte.

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Cada dica e ensinamento é passado de perto e com muita atenção. Friese ressalta que o projeto veio não só como uma atividade física, mas se tornou também uma forma de manter os garotos ativos e longe de caminhos ligados a vulnerabilidade.

— A ideia é ensinar através do basquete, mas preparar eles para várias situações da vida. Para eles estarem desenvolvendo, terem disciplina, conhecimento, uma postura vencedora e trabalhar uma proatividade, coletividade. Várias situações que, às vezes, eles não não conseguem desenvolver em outro ambiente e daí a gente usa o basquete para isso — finaliza.

Esporte também é inclusão

Na cidade, outro projeto evidencia que o esporte também pode envolver inclusão. Há 11 anos, a Associação de Paradesporto de Blumenau (Apesblu) atua na inserção de pessoas com deficiência em diferentes modalidades esportivas. Dentro das piscinas, por exemplo, novos atletas se preparam diante do olhar atento de cada professor que acompanha de perto o desenvolvimento dos alunos.

— Nem todas as competições são arcadas pelo poder público e aí a associação faz essa parte. Somos nós que enviamos os atletas, preparamos, damos suporte para eles, preparamos toda a questão de marketing. Todo o desenvolvimento dos atletas que vai além daquilo que é somente a prática do desporto — explica Rodinei Almeida, vice-presidente da Apesblu.

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No início do projeto, participavam 21 alunos e cinco professores. Atualmente, já são mais de 500 atletas e 47 profissionais que trabalham juntos para fortalecer ainda mais os jovens em 11 modalidades diferentes. Há oportunidades para quem se interessa por natação, basquete e atletismo, por exemplo, com polos espalhados em diferentes pontos da cidade.

Rodinei Almeida, vice-presidente da Apesblu (Foto: Ana Cristina Machado, NSC TV)

Almeida conta que tudo começou a partir de reflexões feitas por pais e docentes sobre a inclusão no esporte. Hoje, a Apesblu atende todos os tipos de deficiência e as crianças podem praticar as atividades no contraturno escolar.

Além de promover treinos, eventos e competições, o vice-presidente destaca que a ideia é que a associação possa receber, a cada dia que passa, mais e mais pessoas para que o projeto consiga transformar a história e rotina dos participantes.

— O paradesporto serve para isso. Nós fomentamos isso, nós fomentamos sonhos, atletas, nós inserimos eles na sociedade, nós fazemos com que o dia a dia deles venha ser mais leve. Nós queremos socialização e esse é o grande intuito da associação como um todo — ressalta.

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Como votar

Voltado para iniciativas de pessoas, projetos e empresas, o Viva Blumenau é uma ação da NSC para destacar o que a cidade tem de melhor. O público poderá escolher os vencedores através do G1 Santa Catarina até o dia 18 de julho.

Além de esporte, outras seis categorias também estão na edição deste ano. São elas: gastronomia, economia, cultura, tradição, social e blumenauense do ano. Veja quem foi selecionado em cada tema aqui.

No último dia da escolha, um evento anunciará os ganhadores com a presença dos finalistas e convidados na NSC TV.

Com informações de Ana Cristina Machado, da NSC TV

*Sob supervisão de Everton Siemann

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