Seis anos após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, a Polícia Federal prendeu neste domingo (24) três homens apontados como mandantes dos crimes. A motivação ainda precisa ser esclarecida, mas os investigadores trabalham com três linhas. A principal delas sugere que a parlamentar estariam “atrapalhando” o avanço da milícia.
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Outras possibilidades seriam por corrupção policial e disputa política. Mas afinal, que são os homens presos por suspostamente orquestrar o ataque à parlamentar? Um deles surpreendeu até mesmo a família da vereadora. Em entrevista à GloboNews, a irmã e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, desabafou ser um passo importante para esclarecer o caso, mas que ainda há muito o que ser explicado.
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Domingos Brazão

Domingos Brazão, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, foi citado na investigação da morte de Marielle Franco desde o começo das investigações. Na época, ele disse à polícia só ter conhecimento de quem era a vereadora pelo fato de ela ter sido a quinta parlamentar mais votada e após ter sido assassinada com três tiros no meio da rua.
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Domingos trabalhou na Câmara dos Vereadores do Rio como assessor parlamentar na década de 1990 e seis anos depois foi eleito para uma cadeira no legislativo municipal carioca. Ao longo da trajetória política, alcançou o posto de deputado estadual por cinco mandatos consecutivos, a partir de 1999. Em 2015, foi indicado e eleito para o Tribunal de Contas do Estado.
Conforme o g1, entre os principais redutos eleitorais de Domingos estava Rio das Pedras, o berço da milícia carioca. A influência dele na região fez com que fosse citado no relatório final da CPI das Milícias, em 2008. O ex-deputado negou ter envolvimento com grupos paramilitares e os crimes investigados.
Chiquinho Brazão

Chiquinho Brazão foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos. Ele chegou a ser colega de plenário de Marielle entre 2016 e março de 2018, quando ela foi assassinada. Ao contrário do irmão Domingos, citado acima, Chiquinho nunca havia sido citado na investigação do assassinato da parlamentar do PSOL.
Quando perguntado, alegou que teve um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos que dividiram o plenário da Câmara do Rio. Em maio do ano passado, Chiquinho recebeu dos deputados Pedro Brazão irmão dele, e de Marcelo Ferreira Ribeiro, conhecido como Marcelo Dino, a maior honraria da Assembleia Legislativa do RJ, a medalha Tiradentes.
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Rivaldo Barbosa

Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, é apontado pela família de Marielle Franco como o nome mais surpreendente entre os presos na manhã deste domingo (24). Isso porque, para a irmã e a mãe da vereadora, a relação com ele era de confiança. Como ativista social, a parlamentar assassinada por vezes levou denúncias a Rivaldo, quando ele era chefe da delegacia de homicídios.
Quando Marielle foi assassinada, Rivaldo recém-tinha assumido a chefia da Polícia Civil do RJ. A família da vereadora contou que ele chegou a dizer que era uma questão de honra esclarecer o crime. Entretanto, conforme apurado pelo g1, ele teria combinado com Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, antes do crime, que garantiria a impunidade.
Formado em direito, Rivaldo chegou ao posto de chefe da Polícia Civil do RJ pelo então interventor federal general Walter Braga Netto. Na posse ele frisou: “Combater a corrupção é uma das minhas prioridades. Por isso, precisamos investir e fortalecer a inteligência para atuar em lavagem de dinheiro.”
Cronologia do caso Marielle Franco
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