A Operação Presságio chegou à terceira fase e fez novos alvos nesta sexta-feira (28). São cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e seis de afastamentos de cargo em Florianópolis e São José, na Grande Florianópolis. A investigação, no entanto, está relacionada a suspeita de crimes cometidos na Capital catarinense.
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Um dos alvos, conforme documento que a NSC teve acesso, é Adriano de Souza Ribeiro, que tem cargo comissionado na Câmara de Vereadores de Florianópolis e atuou como diretor de projetos e políticas desportivas da Fundação Municipal de Esportes. Em abril deste ano, ele foi exonerado. Adriano não estava na Câmara de Vereadores no momento das buscas e os policiais levaram documentos que estavam na sala do servidor.
Outro local alvo das apreensões foi a Secretaria Municipal do Continente, onde também foram recolhidos documentos e aparelhos eletrônicos. Ao todo, foram expedidas seis ordens de afastamento de cargo público de servidores da Capital. Os alvos das ordens de afastamento do cargo são os seguintes servidores:
- Adriano de Souza Ribeiro
- Adriano Roberto Weickert
- Erick Klauss Assis Schmidt
- Ezequiel Luiz Costa de Lima
- Guilherme Dias Pires
- Kelly Matos de Figueiredo (Secretária do Continente)
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Outras 20 pessoas foram alvos de busca e apreensão nos mandados cumpridos nesta sexta-feira. Alguns dos alvos tiveram buscas feitas em mais de um endereço. Confira abaixo:
- Adriano de Souza Ribeiro
Ex-diretor de Projetos e Políticas Desportivas na Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis, atual comissionado na Câmara de Vereadores e diretor de Eventos da Associação Cultural e Esportiva Avante
- Adriano Roberto Weickert
Ex-subsecretário da Pesca, Maricultura e Agricultura de Florianópolis
* Mandados de busca na residência e gabinete da investigada na Secretaria de Pesca, Maricultura e Agricultura de Florianópolis
- Anderson Martins da Silveira
Ex-gerente de captação de recursos na Secretaria de Governo e apoiador do ex-secretário Ed Pereira em campanhas eleitorais
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- Carlos Eduardo Pereira Bonatelli
Empresário do ramo de eventos
- Carlos Eduardo Ramos de Camargo
Presidente da Federação Aquática de Santa Catarina (Fasc)
- Daniel Rodrigues Ribeiro de Lima
Empresário individual
- Erick Klauss Assis Schmidt
Servidor público da Capital, lotado no gabinete da presidência da Fundação Municipal de Esportes
- Ezequiel Luiz Costa de Lima
Dono da empresa ELC Serviços e Eventos e prestador de serviços para a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura
- Gabriel Antônio Euzébio
Empresário individual, ex-terceirizado na Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte e ex-apoiador de Ed Pereira em eleições passadas.
- Guilherme Dias Pires
Gerente de pagamentos e prestação de contas da Secretaria da Fazenda de Florianópolis
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- Guilherme Pereira de Paula (Gui Pereira)
Vereador e ex-secretário municipal do Continente
- Júlio César da Silva
Presidente do Instituto Bem Possível
- Kelly Mattos de Figueiredo
Secretária Municipal do Continente
* Mandados de busca na residência e gabinete da investigada na Secretaria Municipal do Continente
- Leonardo Costa Schmitz
Ex-diretor de Projetos e Políticas Desportivas da Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis
* Mandados de busca na residência e na sala do investigado na Câmara de Vereadores de Florianópolis)
- Leonardo Silvano
Ex-auxiliar técnico do gabinete da presidência da Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis
- Renan Martins Pires
Ex-trabalhador terceirizado na Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte e colaborador do Instituto Bem Possível
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- Ricardo Andrade de Oliveira (“Bocão”)
Empresário do ramo de eventos
- Ricardo Borges Bortoluzzi
Responsável por cinco empresas e associações, uma delas considerada uma das principais organizações sociais usadas pelo suposto criminoso para desvio de dinheiro público.
- Rodrigo Menezes Cassidori (Cotines)
Ocupante de cargo comissionado na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Florianópolis, apontado como proprietário de projetos sociais do Conselho Comunitário da Coloninha
- Sandro José de Melo
Coordenador da Associação Recreativa Cultural de Esportes do Balneário (ARCEB)
Em nota divulgada nesta sexta-feira, a polícia afirma que “os investigados angariavam pessoas para criação de MEI visando a emissão de notas fiscais fraudulentas, sem a prestação dos serviços. Depois, recebiam o pagamento da associação e, na sequência, efetuavam a devolução do valor para um dos investigados.”
A Presságio teve três operações deflagradas até o momento. Nesta sexta-feira, são cumpridos apenas mandados de busca e apreensão e de afastamentos do cargo, sem registro de prisões. No entanto, durante a segunda fase, no fim de maio, quatro pessoas foram detidas.
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Contrapontos
O NSC Total, em conjunto com a NSC TV, foi em busca de posicionamento dos citados. Por nota, a Câmara de Vereadores citou que não houve buscas em gabinete de parlamentares e que a ação “não tem relação com a Casa”, e envolve apenas um servidor que trabalha no local.
A reportagem também tentou contato por mensagem e ligações com Adriano Ribeiro, mas não obteve retorno. Procurada, a prefeitura não se posicionou sobre as investigações relacionadas à secretaria do Continente. A defesa dos outros citados não foi localizada até o momento.
O que é a Operação Presságio
A Operação Presságio teve três fases até o momento. A primeira foi deflagrada em janeiro deste ano, quando apurou-se suspeitas de irregularidades na contratação da empresa que prestava serviço de coleta de lixo em Florianópolis, em 2021, durante uma greve da Comcap. O nome “Presságio” faz referência ao fato de a empresa contratada ter anunciado ainda em dezembro de 2020 vagas de trabalho na Capital, antes mesmo da contratação emergencial.
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Na primeira fase, a operação apurou a prática de crime ambiental de poluição, fraude à licitação, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Já a segunda fase, deflagrada em maio, diz respeito a uma investigação relacionada a repasses de recursos da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Esporte a projetos sociais e esportivos. Na ocasião, quatro pessoas foram presas. São eles: Ed Pereira, Renê Justino, Cleber Ferreira e Lucas da Rosa Fagundes. Em junho, os quatro citados e outras cinco pessoas foram denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina pelos crimes de corrupção, peculato e falsidade ideológica.
Na terceira fase, deflagrada nesta sexta-feira, segundo a Polícia Civil, a investigação é semelhante ao que foi apurado na segunda fase e resultará na ampliação do número de investigados, “que aparentemente fazem parte do mesmo grupo criminoso”. Nas diligências, no entanto, foi identificada uma segunda secretaria municipal que estaria envolvida no esquema.
A polícia não deu mais detalhes até o momento sobre qual seria o papel desta secretaria e de Adriano no esquema. Novas fases da operação não foram descartadas. Até o momento, 18 pessoas foram indiciadas.
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Quem são os alvos da operação
De acordo com a Polícia Civil, alguns alvos da operação são servidores municipais que, apesar de operarem no esquema criminoso, permaneceram ocupando cargos públicos comissionados e
terceirizados. Inclusive, “foram remanejados de cargos após a deflagração da primeira fase da operação”.
Já os outros investigados seriam pessoas identificadas como emissoras de notas fiscais para projetos sociais, sem a devida prestação dos serviços, além de empresários do ramo de eventos esportivos.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa dos investigados e também em órgãos públicos alvos da operação. Nos endereços foram apreendidos celulares e documentos que serão anexados ao inquérito policial, concluído em 7 de junho.
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