Ao menos 17 pessoas foram alvos de mandados de busca e apreensão na operação realizada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3). A investigação apura um suposto esquema de fraude em dados de vacinação que envolve ajudantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seis pessoas também foram presas na ação. As informações são do g1.
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De acordo com a polícia, houve fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa onde ele mora no Jardim Botânico, no Distrito Federal. O celular dele foi recolhido.
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Conforme apuração da TV Globo os alvos são:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República
- Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, ex-primeira-dama
- Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid
- Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal pelo MDB-RJ
- Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército, ex-integrante da equipe de Mauro Cid
- Farley Vinicius Alcântara, médico que teria envolvimento no esquema
- João Carlos de Sousa Brecha, secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ)
- Max Guilherme Machado de Moura, segurança de Bolsonaro
- Sergio Rocha Cordeiro, segurança de Bolsonaro
- Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro
- Eduardo Crespo Alves, militar
- Marcello Moraes Siciliano, ex-vereador do RJ
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022
- Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias
- Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva
- Marcelo Fernandes de Holand
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Já os presos nesta quarta são:
- Tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Policial militar Max Guilherme, segurança de Bolsonaro
- Militar do Exército Sérgio Cordeiro, segurança de Bolsonaro
- Secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha
- Sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, candidato a deputado estadual pelo PL-RJ em 2022
Como o esquema funcionava?
Os mandados foram cumpridos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro e foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Eles fazem parte do inquérito que apura uma milícia digital contra a democracia.
Conforme a investigação, os suspeitos teriam inserido dados vacinais falsos sobre a Covid-19 em dois sistemas exclusivos do Ministério da Saúde: Programa Nacional de Imunizações e Rede Nacional de Dados em Saúde.
Ainda segundo a corporação, o objetivo era emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinha sido imunizadas. Isso ia permitir o acesso a locais onde a imunização é obrigatória.
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A apuração diz, ainda, que os documentos fraudados teriam sido usados para entrada de comitivas de Bolsonaro nos Estados Unidos, onde o ex-presidente ficou por três meses ao fim do mandato.
A TV Globo e a GloboNews apuraram que, além de Bolsonaro, também foram forjados os documentos de vacinação da filha do ex-presidente, Laura Bolsonaro, e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, a mulher e a filha dele.
A investigação aponta, ainda, que as fraudes ocorreram entre novembro de 2021 e novembro de 2022, e “tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.
Segundo a Polícia Federal, a inserção de informações falsas quanto à vacinação pretendia “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
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Os suspeitos são investigados por crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. A ação ganhou o nome de “Venire” em referência ao princípio Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”.
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